sábado, novembro 03, 2007

Estive em Pelotas e agora na Cachoeira do Sul



A entrada no Brasil foi um pouco atribulada.
Quando cheguei à fronteira ainda me faltava dar saída do Uruguai. Mas não é tudo aqui?, perguntei. Não. O serviço de fronteira fica antes da cidade, do lado uruguaio.
Lá tive que regressar outra vez ao Uruguai para dar saída de mim e da moto.
De regresso ao posto brasileiro é que então tratei da entrada. Depois foi mesmo começar a rolar no Brasil. Cerca de 20 quilómetros à frente, ao entrar na primeira cidade, a polícia manda-me parar e pede a documentação. Pergunto a um onde posso cambiar dinheiro e ele diz-me que mais dentro da cidade há bancos e lá poderia trocar.
No primeiro, o Banco do Brasil, não faziam câmbios e só tinham ATM da rede local e no segundo, o Santander, também não faziam e as ATMs eram só para cartões locais. Disseram-me num e noutro que só em Chuy teria postos de câmbio.
Não procurei mais bancos. O remédio foi virar o cavalo para trás e tornar a ir ao Uruguai trocar dinheiro.Tinha de fazer perto de duzentos quilómetros até à primeira grande cidade onde puderia levantar dinheiro.
Com estas voltas chegara a hora de almoço e procurei almoçar em Chui. No restaurante estava um motociclista uruguaio que já tinha visto no posto fronteiriço do Brasil de onde regressava. Conversámos um bocado e ele no final, não sei porquê, pagou-me o almoço.
Regressando à estrada o vento foi meu adversário quase toda a tarde. Parece que sopra sempre de frente. As planícies não se esgotam e agora até metem água. Lagoas enormes cheias vegetação e aves selvagens, assim como gado. As estradas têm quilómetros de rectas.
Quando estou a chegar à bifurcação que dá para Pelotas e Rio Grande começa a chover. Páro num posto de turismo para colher informações. Há portagens nas estradas, mas as motos não pagam.
Dá-me ideia que para Pelotas está mais claro e sigo nessa direcção. Fico nessa cidade.


A cidade tem alguns edifícios antigos bem recuperados e é interessante. As ruas estão sempre cheias de gente e nota-se um ambiente tranquilo mas ao mesmo tempo de azáfama.
À noite vou assistir à gravação ao vivo de um programa de televisão o “Galpão crioulo” que é um espectáculo de variedades preenchido quase todo com música tradicional da região. Aqui é a região gaúcha e a música tem uma sonoridade própria.
É a ocasião da feira do livro, a decorrer nestes dias, e assisto a mais um concerto integrado no programa.
Pela hora do jantar fico a saber que no fim de semana haverá um encontro de “motoqueiros” na cidade mas não estou para concentrações. Eu bem digo que não é motoqueiros que se diz mas as pessoas não ligam. Começa na sexta, pois o feriado é no dia dois e não a um como em Portugal.
Continuo em direcção a Cachoeira do Sul, vou ver se encontro o Osmar Guidoti, o brasileiro que conheci no Uruguai.
A paisagem mudou um bocado e inicialmente houve algumas zonas de montanha, pequena, mas já quebrou a monotonia das centenas de quilómetros que tenho feito.
Ao chegar perto da zona de Cacheira do Sul tornou a ficar mais plano e com terrenos alagados.
Na entrada da cidade havia um cartaz a dizer que era a capital do arroz. Via-se porquê…
Não consegui contactar o Osmar. Mais uma tentativa e vou seguir.

11 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia Queirós, andas penteadinho ?!? é que mais dia menos dia lá vais estar tu ao vivo na Rede Globo a falar desta tua viagem, que nos delicia a todos...
Uma boa continuação. A. Pedro

Anónimo disse...

Pelo visto estás a gostar tanto que já andas para a frente e para trás na mesma estrada... só para curtir mais um bocado...

Agora essa de andar em "pelota"!!!... sempre pensei que fosse outra coisa...
pedro leite

Anónimo disse...

Grande Queirós é quilometro a trás de quilometro e tu sempre a curtir a viagem, já agora quantos ficaram para trás?
Continua a curtir e a escrever para nos por ainda mais "invejosos" hehehehe...
Boa continuação de viagem.
Mário Almeida

Anónimo disse...

tiii tone!!! tamos sempre contigo, sem truques... Grande abraço da maltinha
Força ai senhor!

Anónimo disse...

tiii tone!!! tamos sempre contigo, sem truques... Grande abraço da maltinha
Força ai senhor!

Paulo Mafra disse...

Viva Queirós!

Parabéns pela coragem e por te dares ao trabalho de enviares esses textos e fotos aqui para o outro lado do atlântico. É muito bom poder "viajar" contigo.
Grande abraço transmontano e que tudo te corra pelo melhor nos km's que ainda faltam fazer!
Paulo Mafra - Vila Real
(co-coordenador e autor do livro Viajar de Moto - Destino Europa)

Anónimo disse...

Caro Queiros,

Não há dúvida que estás a viver uma grande aventura. Quantos de nós não gostariam de passar por uma experiencia identica.
Eu vou chegar ao Brasil, Petrópolis (RJ), no dia 14/12, e, regressarei, no dia 4/01/08.
Quem sabe se por essa altura estaras por essas bandas, e, assim poderiamos encontrar-nos.
Continuação de uma grande viajem.
Um abraço
Afonsov

Anónimo disse...

Oi, Queirós

Tudo legau? (tens de te habituar a falar brasileiro)

Obrigado pelas notícias.
Não andes muito em pelota se não ainda te constipas.
Grande abraço
Nestes

Mototurismo a Norte disse...

Grande Queirós,
Agora começa a inveja, quando começas a falar de cidades que conheço e onde já estive. Vais ver que o Brasil, que é uma terra fantástica, é como a estória das brasileiras serem boazonas! Claro que em duzentos milhões tem de haver muita mulher boa. Mas também há cada uma com cara de cú! O Brasil é assim mesmo. Muito grande e com o melhor e... também o pior. Mas vale a pena conhecer.
Grande abraço de quem te acompanha,
Pedro Lopes

Anónimo disse...

Queirós,cá vou estando a par das suas notícias. Já imprimi uma foto e está exposta no café dos alpes. Continuação de boa viagem.Firmino.

Unknown disse...

Queirós
Dizes a um gajo que vais de "pelota" para Cachoeira do Sul,o tipo paga-te o almoço e tu não sabes porque?
Põe-te a pau (LOL)
Cont.de BOa Viagem