quarta-feira, julho 28, 2010

Nova passagem no Grand Canyon e Monument Valley

Antes de sair de Las Vegas ainda fui ver o espectáculo de luz e som que fazem na parte antiga e central.
Numa parte da rua Fremont tem uma cobertura que é uma tela gigante composta de leds, como se fosse uma televisão. Disseram que era a maior do mundo, não sei se é mas que é grande lá isso é.

Vi grupos a tocar e a cada hora faziam um intervalo de dez minutos e lá vinha aquele espectáculo.

Ainda passei numa outra rua, Las Vegas Blvd., onde ficam os novos casinos e centros de diversão, mas fui lá de dia.

Entrei nalguns casinos mas apenas para ver. Não tenho sorte e prefiro gastar o dinheiro numas cervejas frescas.

Quando chegou a hora de partir o meu destino era o Grand Canyon. No ano passado estava a chover quando andei por lá e queria voltar para ver se desta vez o tempo estava melhor.
Passar pela barragem Hoover foi um problema. Mesmo próximo o trânsito era um pára arranca debaixo de um calor doido. Ainda pensei ir avançando com a moto mas lembrei-me de histórias que ouvi de as pessoas acusarem à polícia sobre algumas situações, por isso fui seguindo na bicha.
Afinal aquela demora era por causa da revista que queriam fazer aos carros. Por acaso a mim mandaram seguir e aos carros também mas as auto-caravanas e carros com reboques eram desviados para serem revistados. Se calhar têm medo que alguém leve uma bomba para rebentar com a barragem que aliás nem achei assim nada fora do comum.

Ainda bem que já estão a fazer uma estrada nova, para quem quiser passar sem lá ir.
Sempre debaixo de calor continuei até Kingmann onde desviei para a estrada 40 em direcção a leste.
O tempo começou a mudar um pouco e até vieram umas chuvadas. Talvez por isso já se veja mais verdura.
Antes de Tusayan, junto à entrada do Grand Canyon, a chuva parou. Fiquei nesta pequena cidade pois queria andar um pouco e dentro do Parque Nacional os parques de campismo não têm chuveiros.
Fui conhecer a parte mais oeste do Grand Canyon até Hermits Rest, que por acaso no ano passado não tinha visto. Caminhei ao longo de umas quatro horas ao longo do Canyon e depois regressei de autocarro até ao centro de visitantes.



O Canyon é quase sempre igual, diferente mas igual.
Quando cheguei à tenda vi lá um saco de compras com uma mensagem: “de la part des français”. Abri e vi lá alguma comida, uns 3 quilos de arroz e algumas conservas.
Na noite anterior tinha estado na conversa com um grupo de franceses e eles, por estarem no final das férias, deixaram-me essa comida.
O meu obrigado a esse grupo. “Merci, mes amis”.
O pior agora era carregar aquilo tudo, mas lá consegui. A comida é cara e não podia desperdiçar.
Voltei a entrar no Grand Canyon N.Pk. e fui seguindo a estrada a par do desfiladeiro em direcção à outra entrada para ficar no parque de campismo que lá existe.
Fui parando nos vários miradouros mas era sempre a mesma neblina.
Arranjei lugar no campismo e comi da comida dos franceses.
Fui tirar mais umas fotos e andar um pouco ao longo do Canyon.
O céu manteve-se enevoado mas sem chuva. Mesmo ao fim da tarde lá vieram uma trovoada e umas rajadas de vento que metiam medo.
O que pensei foi que a chuva iria para o Monument Valley, azar.
Segui para lá no dia seguinte na esperança de não ter chuva. O céu estava limpo e apenas uma nuvem ou outra aparecia lá no alto. Mas o calor não faltava.


Percorri todo o vale e ainda entrei no centro Navajo onde se podem ver mais alguns desses “monumentos”, além dos que se vêem da estrada.
Desta vez já consegui ver melhor essa obra da natureza.

Fui ficar numa terrinha chamada Bluff, já depois do vale. Nesta noite mais uma trovoada e uns pingos de chuva mas no dia seguinte estava sol outra vez.
Segui para sul pela estrada 191 que passa por lugares espectaculares. No início o planalto apesar de seco apresenta alguma verdura que contrasta com a cor vermelha da terra. Ao longe vêem-se formações rochosas como as do Monument Valley. Uma maravilha.

Mais tarde passa numa zona ainda mais seca e lá pelo meio vai-se vendo algum bosque verde.

Ao passar em Chinle vi uns sinais a indicar o “Canyon de Chelly” e fui até lá. Muito bonito.
Mais uma vez, a terra e a rocha vermelhas foram recortadas por um rio e formavam um desfiladeiro com formas espantosas. Lá no fundo do vale a erva e culturas verdes eram o contraste.

Ainda quis passar na “Petrified Forest N. Pk.”. Quando lá cheguei, a meio da tarde, o céu estava coberto de nuvens e os relâmpagos eram mais que muitos ao longe.
O “Deserto Pintado” é interessante. Alguns montes de rocha e terra com riscas coloridas, entre o vermelho, o branco e amarelos, eram interessantes.

Mais para a frente já não vi grande coisa. Estava à espera de ver alguma árvore petrificada mas nada, apenas o planalto com arbustos e um rio lá pelo meio.
O pior veio a seguir, começou a chover e não deu mesmo para ver nada. Segui pela estrada até sair do parque sem ir a nenhum dos pontos de observação. Chovia que se fartava!
Só mesmo já depois da saída e junto a umas lojas de recordações é que vi uns pedaços do que seriam as tais árvores petrificadas.

Agora já só chuviscava e tive de me pôr a caminho de St. Johns para arranjar onde dormir.
Entrei no Novo México por uns vales cobertos de erva verde e alguma floresta.

A chuva ia aparecendo por pouco tempo mas até era bom pois já não faz tanto calor.
Ainda passei no “El Malpais National Monument” mas não vi nada fora de série. Algumas escarpas rochosas mas nada fora do normal.

Nestes últimos dias o calor abrandou mas só não calha bem a chuva, mas há que aguentar.

Grants, N 35º 08,701’ W 107º 50,287’

quarta-feira, julho 21, 2010

Pelo sul da Califórnia, sob um calor infernal

Ao arrancar para San Francisco marquei no GPS um hostel para ver se teria lugar para dormir lá, sempre sai mais em conta. Era no centro da cidade mas dava-me uma distância louca para lá chegar. Então lembrei-me que tinha nas definições do GPS evitar estradas com portagem.
Alterei e passou a dar-me uma distância mais directa. Passar na ponte “Golden Gate” obriga ao pagamento de portagem, seis dólares como vi mais tarde.
Segui pela costa até muito próximo da ponte e então tive mesmo de entrar na auto-estrada. Ainda pensei que haveria um sítio onde pudesse parar para tirar uma foto mas nada!
Passei num hostel mas não tinha lugar para a moto, teria de a deixar na rua. Não quis arriscar.
Num outro onde fui, na Ellis St., também não tinham lugar para a moto mas mesmo ao lado havia um hotel com estacionamento e pude deixar lá a moto, por dez dólares por dia. Um preço bom para o centro da cidade.
Ainda dei uma pequena volta para conhecer um pouco mas não me apetecia andar muito.
No dia seguinte fui conhecer um pouco da cidade.

Subi e desci as colinas até à zona do porto.
Andei por ai às voltas e depois de almoçar achei que tinha mesmo de ir numa volta de barco pelo interior da baía para ver a ponte “Golden Gate”.
O céu estava meio encoberto e só mesmo próximo se conseguia ver a ponte em condições. Mas calhou assim…
No regresso o barco passou par trás da ilha de Alcatraz, onde há muitos anos havia uma prisão famosa por ninguém ter conseguido fugir de lá. Dizem que houve três presos que fugiram mas nunca mais foram vistos nem os corpos apareceram.
No regresso ao hostel quis experimentar uma viagem num daqueles carros eléctricos tão característicos de San Francisco. Foi agradável ir no eléctrico a subir e a descer aquelas ladeiras.
Antes de sair de San Francisco tinha de ir percorrer aquele bocado da rua Lombard que desce aos “SS”, só se pode descer, e que aparece em vários filmes. Ao entrar na rua pus a máquina fotográfica pronta a registar a descida. Liguei-a e arranquei, melhor pensei que tinha ligado.
Passados uns metros vejo que não está ligada mas já não tenho hipótese de parar. Como eu, havia vários carros e até outra moto para descer.
Aquilo desce mesmo a sério e foi preciso ir com muito cuidado para não resvalar naqueles tijolos bem coçados. Se estivesse de chuva era capaz de não arriscar.
Cheguei ao fundo a pensar que não tinha sido tão difícil como imaginava. Ainda pensei voltar outra vez para gravar a descida mas achei que não valia a pena.
Desci até à beira da baía e fui seguindo pela rua “Embarcadero” para a sair da cidade.
Continuei para sul e em Half Moon Bay comecei a longa maratona em direcção a Este.
Saindo da zona costeira o calor começa a apertar. Ao longo da estrada vêem-se as encostas cheias de erva e palha seca. O verão está mesmo aí.
Na entrada do Yosemite National Park disseram-me que os par ques de campismo no vale estavam todos lotados. Tive de ir para um a apenas uns cinquenta quilómetros, mas dentro do parque. Havia dois mais perto mas não tinham água.
Desci ao vale do rio Yosemite. Muita gente pelo vale fora. Estacionei a moto num parque e utilizei o vaivém que transporta as pessoas ao longo do vale.
Vêem-se algumas quedas de água impressionantes, dentre elas a de cima do rio Yosemite. A de baixo não é tão grandiosa.
Caminhei pouco pois estava calor e não estava com vontade.
Já no regresso ao parque de campismo ainda vi a queda de água do rio Bridalveil, também espectacular.
Estas quedas de água têm muitas centenas de metros de altura e duas delas estão entre as dez mais altas do mundo. Foi o que li num dos papéis informativos.
Ao sair do Yosemite N.Pk. passei pelo Glacier Point donde se vê quase todo o vale do rio. Vêem-se mais duas quedas de água espectaculares, a Nevada e uma outra, não me lembro o nome.
Realmente aquele ponto era magnífico. Estive quase para não ir lá, mas ainda bem que fiz aqueles quase trinta quilómetros para cada lado.
Continuei até ao Mariposa Grobe onde pude apreciar algumas das grandes sequóias. Tive de deixar a moto e andar pelos trilhos. Estava um calor danado.
Muito próximo está o King Canyon e Giant Sequoia N.Pk..
Para lá chegar ainda atravessei longas planícies cobertas de vinhas e pomares de laranjeiras.
Ao início da tarde já tinha a tenda e ainda fui dar uma volta pelo desfiladeiro do rio Kings que não achei assim espectacular. Apenas num ponto em que o rio corria mesmo lá no fundo do desfiladeiro entre paredes muito altas e depois mais à frente onde o rio corria num leito cheio de pedras e era impressionante a corrente que fazia.
Vi no mapa que haveria um trilho para ver algumas árvores e fui até lá, mas antes fui por uma estrada secundária para ver se haveria alguma coisa bonita mas não vi nada.
O trilho Redwwod Mountain Grove ficava no fim de um caminho de terra de uns três quilómetros. Cheguei lá mesmo na hora do calor. Fazer uns dez quilómetros pelo meio das árvores mas com calor deixou-me meio cansado. Mas valeu a pena.
Agora tinha de seguir para sul para sair do Kings Canyon N. Pk. e passar pela Sequoia National Forest.
Numa estrada que saía da principal havia uma sequóia caída que tinha um buraco por onde se podia passar. Vi que alguns paravam lá para tirar fotografias e também fiz o mesmo.
A estrada para sair destes parques descia que era uma coisa brutal. Em menos de quarenta quilómetros descia dos cerca de dois mil metros para os duzentos e poucos metros de altitude.
Já na planície o calor tornou-se abrasador.
Nos mapas e panfletos vi que o Giant Sequoia Park tinha uma área mais a sul.
Fui seguindo as indicações mas por aquilo que ia vendo não era a mesma coisa. A floresta é mais pobre, há menos árvores e está tudo muito seco. Talvez não tivesse ido pela estrada certa. Não importa, já vi as sequóias.
Atravessei a montanha pelo Sherman Pass, nos 2.600 metros de altitude, mas mesmo só lá em cima é que não estava calor.
Numa das paragens que fiz um sujeito perguntou-me para onde ia e depois da minha resposta só me disse que era uma loucura ir para o Death Valley nesta ocasião, a maior parte das pessoas vai até lá mas na Primavera. Eu argumentei que era a minha única oportunidade e tinha de ser agora.
Encaminhando-me para uma das entradas do “Death Valley” segui pela estrada 395. O calor era de tal ordem que rolando nos 90/100 kms/h a ventoinha do radiador ia sempre a trabalhar.
Em Olancha, na recepção do parque de campismo, o empregado disse-me que as previsões para o dia seguinte eram de 52º no “Death Valley” e que deveria sair de madrugada para evitar o calor. Eu só disse que não conseguiria atravessar o vale antes do meio-dia.
Sentei-me numa sombra até ao pôr do sol para montar a tenda, não se podia andar.
Abasteci antes do desvio para a estrada 190 para o interior do Death Valley. O calor ia aumentando pois o sol também subia.
Atravessei um primeiro vale e depois de outra zona montanhosa entrei no tal “Death Valley”.
A paisagem é desoladora. Vêem-se pequenos arbustos meio secos e areia ao longo do vale. Dos lados há montes secos, só pedra.
Ao passar em Stovepipe Wells vi os parques de campismo desertos.
Continuei até Furnace Creek e aí era a mesma coisa. Como se pode acampar com este calor?
Parei numa sombra ao pé da gasolineira que tinha uns preços exorbitantes, 4,25 dólares o galão quando eu tinha pago 3,19, ainda bem que tinha atestado.
Fui comprar uma bebida fresca pois a água que eu tinha já dava para fazer chá.
Tocar com as mãos na moto, nas pegas das malas ou até no travão não se podia. Queimava!
Em andamento não dava para levantar a viseira do capacete. Era mais quente do que ir com ela fechada. Fiz algumas paragens mas era uma coisa impensável. O suor começava logo a escorrer pela careca. Usei um boné uma vez ou duas vezes mas até parecia pior.
Segui para a saída do vale em direcção a Las Vegas. Nesta ocasião levantou-se um vento lateral que queimava. Tive de fechar bem o capacete e apertar o blusão pois não dava para aguentar.
A moto é que aguentou todo este esforço mas com a ventoinha do radiador sempre a funcionar. Será que estariam mesmo os tais 52º ou mais? Não sei mas que estava um calor dos diabos, estava.
Ao entrar em Las Vegas vi um pequeno motel mas eram 43 dólares. O sujeito disse que seria difícil encontrar mais barato.
Vou a um hostel e o preço não é mau, 22,40 dólares num dormitório de oito camas. Por mim não faz mal. Até tem pequeno-almoço e posso utilizar a cozinha.
Ontem à noite fui com um grupo de malta que está no hostel a um clube, que dizem ser o melhor de Las Vegas, o XS do Encore.

Aquilo é uma discoteca enorme com a música muito alto. Não sou muito apreciador mas tinha de ir ver como era. Foi uma noite bem passada com algumas peripécias pelo meio.
Como se diz por aqui “o que se passa em Vegas fica em Vegas”.
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O blogue tem uma nova imagem pois se calhar era tempo de renovar. O Vilarinho, o gestor técnico (linguagem de código e design) do blogue , fez esse trabalho.
Ando a tentar actualizar no mapa o desenho do trajecto que tenho vindo a seguir mas não consigo. Haverá um problema qualquer. Logo que possível tento actualizar.

Las Vegas, N 36º 09,884’ W 115º 07,862’

quinta-feira, julho 08, 2010

Já por terras da Califórnia

Saindo de Raymond fui seguindo pela estrada 101 junto da costa do Pacífico para ver se era interessante como me diziam.

Ainda tinha mais um ponto para confirmar que era uma ponte sobre o rio Columbia, que já lá vem do norte do Canadá e até passa em Revelstoke. A Carol tinha-me dito que em Astoria, na foz do rio, ficava uma ponte muito bonita e que aparecia numas cenas do filme “Voando sobre um ninho de cucos”. Nunca vi esse filme!
Afinal quando cheguei à primeira vista fiquei desiludido, não era assim nada especial. Meia dúzia de arcos de ferro e depois seguia pelo rio fora como uma estrada sobre a água. Tirei umas fotos e arranquei mas logo mais à frente já deu para ver que no outro lado do rio a ponte tinha um arco bem alto. Aqui já fiquei mais animado.
Ao passar na parte junto à água vi que realmente a ponte subia e mais perto da margem do rio. Lá no alto lembrei-me de olhar para o GPS e vi que a altura era de 60 metros.
Gostei mesmo. Saí da estrada principal e parei junto ao rio para apreciar melhor.
Realmente era bonita com toda aquela estrutura de ferro e com aquela altura.

Sempre na 101 junto à costa fui apreciando o mar e as praias e falésias e zonas de floresta. Mas acima de tudo tem quase sempre bom piso e dá gosto rolar com todas aquelas curvas que nalguns sítios são bem compridas.


Em Newport também existe uma ponte bem bonita. Tem colunas de betão e arcos de ferro sendo que um deles segura a estrada e os outros estão por baixo a aguentar.

Entretanto a chuva ameaçava e cumpriu, mas por pouco tempo e miúda.
Mais à noite já chovia bem e em Reedsport fiquei num pequeno motel. Foi a noite toda.
Mas de manhã abrandou e quando saí já não chovia. Sorte!
Segui em direcção ao Crater Lake N.Park que queria visitar. O Dug tinha-me dito que valeria a pena passar por lá, um lago numa cratera de um antigo vulcão.
Sempre sob um céu cinzento e com vento fresco fui seguindo a estrada 38 e depois a 138. Ao passar na zona de Roseburg notava-se a transição para uma região de planalto com imensas pastagens. Apenas ao começar a subir a montanha do Crater Lake voltou a aparecer a floresta.

Nesta ocasião veio também o frio. Estava um vento forte que gelava. Lá em cima junto do lago mal se podia parar. O céu coberto de nuvens e aquele vento gelado nem davam para apreciar bem aquele espectáculo. No interior da cratera cheia de água azul havia uma ilhota também com neve.


A altitude junto do lago era de pouco mais de 2.300 metros. Há uma estrada à volta do lago mas nem a quis percorrer. O que eu quis foi descer da montanha para ver se fazia menos frio.
Afinal já tinha visto o lago!
Mais em baixo a 1.835 metros de altitude, junto à aldeia de Mazama, há um parque de campismo mas ainda estava frio e resolvi continuar mais para sul.
Afinal voltei a ficar num motel em Klamath Falls.
Logo à frente era a entrada na Califórnia por um planalto onde o calor já se notava. Vastas planícies de pastagens e muito gado.


Mas voltei à região das montanhas para visitar o Lassen Volcanic N.Park, outra montanha resultante de um vulcão. Ainda havia dois ou três pontos em actividade. Viam-se fumarolas e água a borbulhar, além de se sentir o cheiro a enxofre.
A estrada pela montanha estava fechada por causa da neve e tive de dar uma grande volta para ver a parte sul que me pareceu mais bonita.


Muitos me perguntam sobre a moto e se realmente andei em todos os países dos quais tenho autocolantes nas malas. Alguns nem querem acreditar. Ainda mais quando digo que ainda quero ir até Nova Iorque. Também me dizem que no final de Setembro costuma estar frio e chover para aqueles lados. Daqui até lá ainda falta um pedaço e depois se verá.
O destino agora seria a costa do Pacífico. Vi no mapa qual seria o melhor caminho e também com o auxílio do GPS meti-me à estrada.

Atravessei planícies de pastagens a perder de vista e extensões enormes de pomares de nozes e avelãs, pelo menos pareceu-me. Não sei se se diz pomares mas foram muitos quilómetros.
Fazia muito calor e resolvi ficar em Nice ao pé de um lago.

Um “campista” daquelas enormes caravanas, de seu nome Bob, convidou-me para uma cerveja e depois até fomos jantar juntos.

Foi preciso atravessar uma cordilheira junto à costa, a “Coast Ranges”, por estradas com inúmeras curvas. Já na parte final a estrada era bem recurvada e com subidas e descidas impressionantes, parecia na Bolívia só que lá eram de terra.

Ao chegar à costa o tempo mudou. O calor do interior desapareceu e veio uma neblina fria que me obrigou a vestir o interior do casaco.

Em caminho passei por Petaluma. O Bob tinha-me dito que encontraria uma oficina por aqui e aproveitei para mudar o óleo do motor que já vem do ano passado quando o mudei antes de regressar a casa, a pensar numa outra travessia.
Agora estou quase às portas de S. Francisco. Vou ver o que haverá para ver.

Petaluma, N 38º 16,459’ W 122º 39,938’