quarta-feira, abril 22, 2009

Acapulco, cidade de turistas

Ao sair de Piste ia com a ideia visitar as ruínas de Uxmal ao passar nessa aldeia. Em Chichen Itzá um sujeito havia-me dito que seriam interessantes e talvez mais bem conservadas.
O problema foi que quando cheguei era uma da tarde e fazia muito calor. Procurei um hotel onde deixar a moto e as coisas e dormir à noite. Fazer uma visita com as botas e calças de andar de moto seria uma tortura. Os preços que encontrei levaram-me a desistir da ideia e a continuar.
Se calhar seriam só mais umas ruínas!
Uns dez quilómetros mais à frente havia uma outra aldeia e ainda procurei mais uma vez um hotel ou outra coisa mas os preços eram altos demais para o meu orçamento.
Continuei para Campeche, capital do estado com o mesmo nome.
Por aqui os preços já eram mais acessíveis e arranjei um hostal sem lugar para guardar a moto. Tive de a deixar num parque de estacionamento numa rua ao lado. Compensava o preço total pago em relação ao dos hotéis.
O empregado ainda disse que podia ficar na rua que não haveria problema, mas eu disse que não ficava tranquilo. Já tinha havido outros que deixaram as motos na rua. Eu ainda disse que se fossem duas motos e ficassem as duas amarradas uma à outra, talvez! Assim não.
A cidade ainda mantém uma grande parte de um antigo forte, bem conservado.
Há alguma animação nocturna pois o calor mantém-se durante muito tempo.
Ao final da tarde estive um pouco na conversa com um rapaz canadiano, o Antoine, que me disse ter sido assaltado, num autocarro, quando seguia de Palenque para San Cristobal. Uns bandidos fizeram parar o autocarro e roubaram o dinheiro das pessoas e a ele também uma máquina fotográfica. Em plena luz do dia.
Na saída para Villahermosa, a polícia mandou-me parar. Só me pediram os documentos e deixaram-me seguir mas ouvi um dos guardas falar em euros, como se quisesse que o que me estava a fiscalizar me pedisse dinheiro. Mas era um rapaz novo e ainda não teria ganho a manha para pedir um suborno. Ainda bem.
Durante muitos quilómetros a estrada seguiu ao longo da costa. Era muito bonito.
Mais tarde foi para o interior e era uma zona de floresta mas muito escassa. Mais tarde apareceu uma zona com muitos espaços cobertos de água.

Ao passar em Villahermosa ainda pensei ficar por aí mas enquanto atravessava a cidade não vi nenhum hotel e fui seguindo.
Já perto de Teapa havia enormes campos de bananeiras. Aqui encontrei uma pequena hospedaje em que o quarto parece uma chocadeira. Até as paredes queimam. Tem estado um calor terrível, bem acima dos 35 ou 40 graus.
Depois de sair de Teapa a estrada entra numa zona de montanha. Não dá para andar muito mas é interessante, sempre curvas e contracurvas. O pior é a névoa provocada pelos incêndios que não deixa ver a paisagem em condições.
Ao chegar a Tapanatepec já ao fim da tarde fiquei numa hospedagem à face da estrada.
Foi um dia sem história. Depois de sair da zona de montanha a estrada passa a seguir por zonas muito secas. Em muitos lugares as pontes estão sobre rios secos.
Apenas um ou outro leva água e pouca.
O Lou tinha-me dito que a estrada ao longo da costa a partir de Puerto Angel era interessante mas para já, uns 60 quilómetros depois em Puerto Escondido, ainda não vi nada especial. É certo que tem mais verdura nalguns pontos.
Talvez tenha de entrar nalgumas estradas que vão mesmo até às praias, mas não estou para isso.
Em Puerto Escondido há uma pequena praia. Como era fim-de-semana estava superlotada. Andei um pouco ao longo da costa num passadiço feito no meio das rochas e dava para apreciar as pequenas baías que havia por ali.
Acapulco fica na rota que levo e pensei ficar ali um dia para ver como era este famoso ponto turístico.
Ao entrar na cidade fui seguindo para o centro e para a zona costeira.
O trânsito é infernal. Os carros e autocarros metem-se por todo o lado tentando furar para arranjar o melhor lugar nos cruzamentos. Muitos dos táxis, talvez a maioria, são os antigos carochas.
Perguntei onde haveria hotéis que não fossem caros e indicaram-me uma zona junto do mar.
Mesmo ali ao pé fica a praia e o porto dos barcos que fazem viagens turísticas ao longo da costa.
Tudo está virado par o turismo. Até quando fui ver “La Quebrada”, uma zona mais alta junto ao mar, me queriam cobrar 35 pesos só para poder descer lá abaixo até ao mar. Aquilo não me pareceu ter nada de especial para quererem cobrar esse dinheiro, mas não era só eu pois também ouvi outras pessoas a dizer que não deviam cobrar nada.
Há muitos barcos para levar turistas a ver o fundo do mar mas quase não há turistas para os encherem.
As praias estão quase desertas. A época de férias da Páscoa já passou.
Não consegui descobrir porque se tornou Acapulco um centro turístico tão conhecido e afamado. Eu não sou um turista normal e talvez por isso não consigo achar esse encanto na cidade.
Chegou um daqueles enormes navios de cruzeiro à cidade. Mais turistas para ver se alguns dos barcos pequenos vão fazer umas voltas pela costa.
Há muitos barcos para levar turistas a ver o fundo do mar mas quase não há turistas para os encherem.
As praias estão quase desertas. A época de férias da Páscoa já passou.
Não consegui descobrir porque se tornou Acapulco um centro turístico tão conhecido e afamado. Eu não sou um turista normal e talvez por isso não consigo achar esse encanto na cidade.
Chegou um daqueles enormes navios de cruzeiro à cidade. Mais turistas para ver se alguns dos barcos pequenos vão fazer umas voltas pela costa. Agora tenho andado mais quilómetros por dia pois ainda tenho muitos pela frente até chegar aos Estados Unidos, onde quero ver se entro no dia um ou dois de Maio. A seguir vou até Buda, Texas, para visitar um amigo e ficar durante uma semana.
Depois começar a cruzar para oeste e norte.

Acapulco, N 16º 50,838’ W 90º 54,668'

7 comentários:

fernando_vilarinho disse...

tu aí em Acapulco de ´férias´e nós aqui a trabalhar e não te parece nada de especial! eu faço já permuta do meu work para aí, talvez para o delegação lusa de turismo de acapulco, algures entre uma palmeira e uma bananeira! ;)
mas se não há encanto do lugar pelo menos outros tipos de encanto não devem faltar por aí ;) e já estás aclimatado ao Calor!

Votos que tudo continue a correr Excelente.
Um Abraço,

p.s:: se vires o Bush no texas aperta-lhe bem os ossos por mim, se possível com a mota por cima ;)
e qd passares na California aproveita para visitar Lisbon (arcade)

Anónimo disse...

Queiroz.

Força nessa caminhada.Ficamos aguardar por mais noticias

Um grande abraço

Rui Baltazar

Anónimo disse...

Olá estás a ficar muito exigente com os lugares por onde passas, eu ficava bem uns dias aí de molho. Por esse andar entretanto chegas aos States, continua de boa viagem.
Bjos da Inês

fernando_vilarinho disse...

Queirós, acelera a fundo pros States e não deixes que a febre suína te apanhe ;)

Abraço,
fernando

Anónimo disse...

È caso para perguntar:
Onde é que estavas no 25 de Abril?

Sentiste o sismo ou a mota ainda tem boas suspensões?

um abraço
pedro

Paulinha disse...

Tio,

Espero que o sismo te tenha passado ao lado e que esteja tudo bem contigo... é gripe suína... é sismo entre a 5.5 e 6.0 na escala de richter.... POR FAVOR dá noticias e diz-nos que estás bem!! Beijinhos

Paulinha

Anónimo disse...

Grande Queirós !
Não sejas suíno !
Toma cuidado contigo, não apanhes essa doença maluca q anda na boca do mundo. Se puderes evita passar pela Cidade do México, onde pelo q nos dizem existe maior risco de contágio.

Grande abraço

Valente - MCP