Sempre se falava nessa estrada e eu queria passar por lá para ver como era.
Quando saí de La Paz estava sol mas depois de subir até La Cumbre apareceu a chuva nessa zona. Descendo para o início da estrada da morte a chuva e o nevoeiro eram constantes. O piso era regular e dava para passar bem. Se calhar o início não meteu medo pois não se via a altura onde andava.
A estrada é estreita e só de longe a longe há espaços para cruzar veículos. Realmente deveria ser assustador andar por aqui na época em que havia trânsito. Agora há uma estrada nova e pela antiga só os ciclistas a descerem ou algum motociclista louco como eu.
Passar nalguns dos pontos que tinha na memória, de ver em alguns programas de televisão, foi emocionante. Lembrar imagens de camiões a passar por ali fez-me pensar no que seria nesses tempos.
Só mais abaixo no vale não havia nevoeiro e era possível ver a altura, mesmo assim, onde passava a estrada.
Em Coroico também estava mau tempo e choveu quase toda a noite.
No dia seguinte continuei para fazer uma ronda pelos Yungas, zona onde vivem os indígenas com esse nome e entra um pouco na floresta amazónica. O Chuck tinha-me dado os trajectos de GPS e fui seguindo o percurso feito por ele.
Até Caranavi a estrada parecia a continuação da estrada da morte.
No dia seguinte continuei para fazer uma ronda pelos Yungas, zona onde vivem os indígenas com esse nome e entra um pouco na floresta amazónica. O Chuck tinha-me dado os trajectos de GPS e fui seguindo o percurso feito por ele.
Até Caranavi a estrada parecia a continuação da estrada da morte.
Também era estreita e havia alguma lama causada pela chuva da noite anterior. Muitas vezes era preciso encostar para deixar passar os veículos de frente, em especial os camiões.
Nesta parte também se conduzia pela esquerda e alguns sinais lembravam-no.
Mas a paisagem era espectacular.
Mas a paisagem era espectacular.
Cheguei a Guanay ao final da tarde e arranjei um pequeno alojamento no centro da cidade que não é grande. O que falta é a gasolina, sempre um problema na Bolívia e agora ainda mais. Em duas bombas de gasolina não havia combustível. Ainda tinha para mais uns 150 quilómetros. Deve arranjar-se nalgumas povoações, mas a preços de mercado negro.
Subindo e descendo a estrada, melhor caminho, atravessa zonas espectaculares. Vê-se a floresta e as montanhas. Passa por alguns povoados pequenos.
Numa das partes mais baixas foi preciso atravessar um rio. Achei que levava muita água e também era um pouco largo. Ainda me meti à água mas tinha muita pedra. Duas pessoas que estavam ali prontificaram-se a ajudar-me e atravessei com a moto à mão ajudado por eles.
O rio teria uns 40/ 50 metros de largura e a corrente era forte. Melhor assim que cair. A água dava por cima dos joelhos.
Numa das partes mais baixas foi preciso atravessar um rio. Achei que levava muita água e também era um pouco largo. Ainda me meti à água mas tinha muita pedra. Duas pessoas que estavam ali prontificaram-se a ajudar-me e atravessei com a moto à mão ajudado por eles.
O rio teria uns 40/ 50 metros de largura e a corrente era forte. Melhor assim que cair. A água dava por cima dos joelhos.
... foi preciso pôr as botas a escorrer um pouco!
Em Mapiri tive de comprar um pouco de gasolina numa loja, não havia “surtidor”. O vendedor disse-me que a partir dali a estrada seria pior, com muita pedra e algumas subidas aos "SS". Ele ainda disse que a estrada até ali estava boa e depois estava pior. Se era assim como iria ser para a frente, nem imaginava o que me esperava.
Realmente a estrada era do piorio. Muita pedra solta, subidas e descidas acentuadas. À saída de uma aldeia havia um caminho em frente e outro à esquerda. Parei logo e fiquei na dúvida mas um rapaz fez-me sinal que era para a esquerda. Comecei uma subida que nem queria a creditar que fosse possível fazer. Lembrei-me do homem em Mapiri me haver dito que na parte final havia uma subida aos "SS" cheia de pedras.
Realmente a estrada era do piorio. Muita pedra solta, subidas e descidas acentuadas. À saída de uma aldeia havia um caminho em frente e outro à esquerda. Parei logo e fiquei na dúvida mas um rapaz fez-me sinal que era para a esquerda. Comecei uma subida que nem queria a creditar que fosse possível fazer. Lembrei-me do homem em Mapiri me haver dito que na parte final havia uma subida aos "SS" cheia de pedras.
Consegui chegar ao cimo sem cair. Quando houve um pouco de espaço, parei e fiquei um pedaço a recuperar o fôlego e a admirar a paisagem que era simplesmente fantástica.
Uns 150 kms de subidas e descidas.
Pequenos regatos para passar e alguma lama na parte final. Tinha de ir pelo trilho dos carros para não cair no lamaçal, mas uma vez não entrei direito e tive de ir pela valeta durante um pedaço.
Não havia um restaurante onde comer e tive de cozinhar alguma coisa do que levava.
A estrada continua num sobe e desce espectacular. Melhorou um pouco mas ainda há sítios com muita pedra. Os regatos para atravessar também são muitos.
Ao fim de uns tempos a moto pede a reserva e fiquei logo a magicar. Com 104 quilómetros não pode ser.
Em Mapiri tinha metido gasolina e o depósito ficou quase cheio. Gastar uns quinze litros em cem quilómetros foi demasiado, mas tinha sido muita subida e descida em primeira e segunda velocidades. Fiquei logo preocupado pois é uma região com poucas aldeias. Na primeira perguntei onde poderia arranjar gasolina e disseram-me que mais acima em Tacoma haveria. Sempre que passava nalgum grupo de casas ia perguntando e diziam-me sempre em Tacoma.
Vi umas casas muito acima na montanha mas continuei. Ao fazer uma curva vi que a estrada continuava sem haver mais aldeias. Onde ficaria Tacoma?
Reparei que havia um desvio à esquerda e pensei que seria para Tacoma, onde ficariam as tais casas que tinha visto. Subi por esse desvio e ao fim de uns quatro quilómetros estava Tacacoma.
Parei na praça e comecei a perguntar onde poderia arranjar gasolina. No primeiro ponto não havia, depois havia um homem que teria mas tinha ido para a chacra e só voltava ao fim da tarde, se não houvesse outra hipótese teria de esperar. Indicaram-me outra pessoa e fui até lá mas não estava. Finalmente apareceu uma outra pessoa que me arranjou quinze litros, mas a 6 bolivianos por litro, lá teve de ser.
A estrada continua num sobe e desce espectacular. Melhorou um pouco mas ainda há sítios com muita pedra. Os regatos para atravessar também são muitos.
Ao fim de uns tempos a moto pede a reserva e fiquei logo a magicar. Com 104 quilómetros não pode ser.
Em Mapiri tinha metido gasolina e o depósito ficou quase cheio. Gastar uns quinze litros em cem quilómetros foi demasiado, mas tinha sido muita subida e descida em primeira e segunda velocidades. Fiquei logo preocupado pois é uma região com poucas aldeias. Na primeira perguntei onde poderia arranjar gasolina e disseram-me que mais acima em Tacoma haveria. Sempre que passava nalgum grupo de casas ia perguntando e diziam-me sempre em Tacoma.
Vi umas casas muito acima na montanha mas continuei. Ao fazer uma curva vi que a estrada continuava sem haver mais aldeias. Onde ficaria Tacoma?
Reparei que havia um desvio à esquerda e pensei que seria para Tacoma, onde ficariam as tais casas que tinha visto. Subi por esse desvio e ao fim de uns quatro quilómetros estava Tacacoma.
Parei na praça e comecei a perguntar onde poderia arranjar gasolina. No primeiro ponto não havia, depois havia um homem que teria mas tinha ido para a chacra e só voltava ao fim da tarde, se não houvesse outra hipótese teria de esperar. Indicaram-me outra pessoa e fui até lá mas não estava. Finalmente apareceu uma outra pessoa que me arranjou quinze litros, mas a 6 bolivianos por litro, lá teve de ser.
Mais umas dezenas de quilómetros numa estrada razoável mas muito estreita e sempre a grande altura. Uma vez ao cruzar com um camião encostei-me à parede do lado esquerdo, literalmente, pois não queria ficar do lado do precipício. Se o camião me tocasse era um daqueles tombos…
A meio da tarde cheguei a Sorata onde resolvi ficar, pois para a frente ainda faltariam bastantes quilómetros até outra povoação com lugar para dormir.
A partir de Sorata a estrada passa a ser de asfalto.
Depois de fazer esta volta de perto de quinhentos quilómetros penso que passar na estrada da morte foi uma brincadeira. A partir de Guanay a estrada é bastante estreita e com zonas de muitas subidas e descidas violentas, não falando das pedras e dos rios para atravessar.
A meio da tarde cheguei a Sorata onde resolvi ficar, pois para a frente ainda faltariam bastantes quilómetros até outra povoação com lugar para dormir.
A partir de Sorata a estrada passa a ser de asfalto.
Depois de fazer esta volta de perto de quinhentos quilómetros penso que passar na estrada da morte foi uma brincadeira. A partir de Guanay a estrada é bastante estreita e com zonas de muitas subidas e descidas violentas, não falando das pedras e dos rios para atravessar.
Voltei a atravessar o lago Titicaca
e resolvi ficar em Copacabana para conhecer um pouco da cidade. Não gostei muito, é apenas um ponto de partida para visitar as ilhas no lago além de que é tudo mais caro. Uma hora de internet custava 12 bolivianos quando em La Paz eram só 2, como noutros lugares. Também cheguei a pagar 4, mas aqui era um exagero.
Na passagem da fronteira para o Peru encontrei três brasileiros de Campinas, S. Paulo, o Fabrício, o Caio e a Rita. Estavam a preparar-se para seguir e ainda falámos uns momentos. Havia mais um mas já tinha seguido para o lado peruano. Conhecem o Carlos Azevedo, que tem umas viagens fantásticas e muita informaçao em www.ateaofimdomundo.net
Depois de tratar de tudo cheguei à parte peruana e eles ainda lá estavam, mais o Sidney, que é o presidente do Clube Big Trail e tem um blogue http://www.sidmotoaventura.blogspot.com/ . Estavam em duas Suzuki DR Big e numa Yamaha XT, penso que a 600. Seguiram em direcção a Puno, pois as férias estavam a acabar.
Para chegar a Moquegua tive de atravessar o altiplano e rolar a altitudes de 4.300 a 4.600 metros. Ao início da tarde uma nuvem negra apareceu no horizonte e pensei que iria apanhar uma chuvada. Felizmente não, mas começou a cair um pouco de neve e a trovejar. Vesti o fato de chuva que ajudou a proteger do frio.
A cidade não tem nada de especial. Afinal está na região que é a continuação do deserto de Atacama do Chile.
A ligação até Arequipa é apenas uma travessia do deserto que se prolonga por dezenas de quilómetros. Parecia incrível ver algumas casas ou melhor barracas no meio daquele deserto, ao lado da estrada.
Depois de tratar de tudo cheguei à parte peruana e eles ainda lá estavam, mais o Sidney, que é o presidente do Clube Big Trail e tem um blogue http://www.sidmotoaventura.blogspot.com/ . Estavam em duas Suzuki DR Big e numa Yamaha XT, penso que a 600. Seguiram em direcção a Puno, pois as férias estavam a acabar.
Para chegar a Moquegua tive de atravessar o altiplano e rolar a altitudes de 4.300 a 4.600 metros. Ao início da tarde uma nuvem negra apareceu no horizonte e pensei que iria apanhar uma chuvada. Felizmente não, mas começou a cair um pouco de neve e a trovejar. Vesti o fato de chuva que ajudou a proteger do frio.
A cidade não tem nada de especial. Afinal está na região que é a continuação do deserto de Atacama do Chile.
A ligação até Arequipa é apenas uma travessia do deserto que se prolonga por dezenas de quilómetros. Parecia incrível ver algumas casas ou melhor barracas no meio daquele deserto, ao lado da estrada.
Em Arequipa encontrei um pequeno hotel, o San Gregory, que nem está mau e fica perto do centro.
Há mais um motociclista que se prepara para iniciar uma viagem pelas Américas. Enviou-me umas mensagens dizendo que no dia 1 de Novembro parte para Caracas. Tem uma página na internet http://www.argentinalaska.com/ para quem quizer e puder acompanhar. Só que é uma viagem programada ao pormenor. Nao tem nada a ver com aquilo que eu ando a fazer.
Boa sorte Santiago.
Arequipa, S 16º 24,319’ W 71º 32,330’