Na quinta de manhã, dia 24, saí de Revelstoke. Já era tempo.
Chuviscava mas pouco depois já havia sol outra vez.
Ao passar a fronteira para os Estados Unidos o agente fronteiriço quis ver tudo o que eu levava. Mandou-me abrir as malas e sacos que tinha. Espreitou em todos e disse que estava em ordem. Isso já eu sabia, mas não disse nada pois pelo que li se ele embirrasse comigo e não me autorizasse a entrada nem o presidente me podia ajudar.
Tenho até dia 23 de Setembro para andar por aqui. A minha ideia é ir até ao Canadá outra vez e não posso deixar passar a data.
Foram bastantes quilómetros, melhor milhas, pela serra até chegar a uma região mais plana. Numa paragem que fiz vi muitas andorinhas que estariam a fazer ninhos numa encosta sobranceira à estrada.
Ao passar em Spokane tentei passar ao lado da cidade mas mesmo assim ainda havia muita confusão de trânsito.
Em Creston, uns tipos disseram-me para ir mais pelo norte pelas montanhas pois era uma estrada espectacular. Também para passar em Winthrop que é uma cidade do “far west”.
Tem estado calor e as planícies são mesmo enormes.
Um pouco antes de Grand Coulee, junto da barragem, virei para o Spring Canyon para ficar no parque de campismo. Um dos indivíduos dissera que havia água e chuveiros mas não há chuveiros.
De madrugada é que ia levando um chuveiro. Acordei com um barulho forte na tenda e pensei que estava a cair uma chuvada. No dia e noite anteriores nada o fazia prever.
Afinal era o sistema de rega que começou a funcionar. Por acaso ao montar a tenda tinha visto o tubo e só não montei a tenda em cima porque me pareceu que podia magoar as costas.
Continuei estrada fora na direcção de Wintrop. O calor começava a apertar e quando lá cheguei já dava para transpirar.
A cidade parece mesmo daquelas do faroeste com as casas de madeira e algumas delas pareciam mesmo antigas. Os passeios eram de madeira e tinham cobertura, o que dava jeito por causa do sol.
Atravessei o Northern Cascades Nat. Park pela estrada 20 que tem um percurso muito agradável. Como o tempo está bom não faltavam ciclistas estrada acima e abaixo. Também os motociclistas eram mais que muitos.
Segui para a zona costeira mas depois vi que havia mais um outro parque natural mais a sul e fui até lá.
Uns quilómetros na inter-estadual 5 deixaram-me a pensar que a estrada 9 seria uma boa alternativa. Segue quase a par e tem muito menos trânsito. Nos primeiros quilómetros entre pequenas aldeias com casas de madeira e sem vedações havia poucos carros, só mais lá para a frente aumentou o movimento.
Depois do desvio para o Monte Rainier vi que o conta-quilómetros já não conta outra vez. Tenho de começar a usar o GPS para contar os quilómetros.
Entrei no Mount Rainier National Park e fui andando por aquela estrada que subia e descia por vales espectaculares cobertos de densas florestas.
Resolvi ficar por ali mas antes tive de ir abastecer a uma cidade próxima, uns vinte quilómetros, pois iria mais para o interior do parque e não teria gasolina suficiente para dar mais umas voltas.
O parque campismo é simples mas tem água.
Andei por ali a dar umas voltas na moto e a pé. As montanhas ainda estão com muita neve e alguns trilhos ainda estão fechados, mas para mim chegavam os abertos.
O monte Rainier estava quase sempre coberto de nuvens e só a meio da tarde o vi quase descoberto.
O Paradise Valley, um dos pontos grandes do parque, ainda está cheio de neve.
Fui ainda à zona de Longmire onde fiz o Shadows Trail, pelo meio de árvores enormes. Só mesmo no topo do monte se podia ver um pouco do vale mas foi preciso mais de uma hora a subir. Ainda pensei seguir mais um pouco mas tinha deixado o mapa na moto e não sabia a distância que teria de percorrer. Regressei pelo mesmo caminho.
Nessa noite fez frio e de madrugada comecei a sentir pingas na tenda. Seria neve? Não era a humidade que caía das árvores pois estava um nevoeiro denso.
Preparei tudo e saí. Estrada fora não se via grande coisa. Ainda bem que no dia anterior estava sol, com algumas nuvens é certo.
Só depois de atravessar a montanha e descer é que voltou a abrir.
A minha ideia era seguir para a costa e depois para sul. Ia pensando que se calhar queria ficar num motel para ter internet e poder carregar as pilhas das máquinas que com o frio aguentam menos tempo.
Em Raymond, junto ao mar, fiquei no primeiro motel. Não sei se valeria a pena andar à procura, os preços serão semelhantes.
Eu sei que há pessoas à espera que eu escreva alguma coisa mas nem sempre me é possível. Muitas vezes não consigo arranjar ligações de internet e além disso isto dá-me uma trabalheira… Vou tentar… mas quando puder. É que os motéis são caros, para arranjar internet e nem todos têm.
Raymond, N 46º 41,288’ W 123º 43,983’
Chuviscava mas pouco depois já havia sol outra vez.
Ao passar a fronteira para os Estados Unidos o agente fronteiriço quis ver tudo o que eu levava. Mandou-me abrir as malas e sacos que tinha. Espreitou em todos e disse que estava em ordem. Isso já eu sabia, mas não disse nada pois pelo que li se ele embirrasse comigo e não me autorizasse a entrada nem o presidente me podia ajudar.
Tenho até dia 23 de Setembro para andar por aqui. A minha ideia é ir até ao Canadá outra vez e não posso deixar passar a data.
Foram bastantes quilómetros, melhor milhas, pela serra até chegar a uma região mais plana. Numa paragem que fiz vi muitas andorinhas que estariam a fazer ninhos numa encosta sobranceira à estrada.
Ao passar em Spokane tentei passar ao lado da cidade mas mesmo assim ainda havia muita confusão de trânsito.
Em Creston, uns tipos disseram-me para ir mais pelo norte pelas montanhas pois era uma estrada espectacular. Também para passar em Winthrop que é uma cidade do “far west”.
Tem estado calor e as planícies são mesmo enormes.
Um pouco antes de Grand Coulee, junto da barragem, virei para o Spring Canyon para ficar no parque de campismo. Um dos indivíduos dissera que havia água e chuveiros mas não há chuveiros.
De madrugada é que ia levando um chuveiro. Acordei com um barulho forte na tenda e pensei que estava a cair uma chuvada. No dia e noite anteriores nada o fazia prever.
Afinal era o sistema de rega que começou a funcionar. Por acaso ao montar a tenda tinha visto o tubo e só não montei a tenda em cima porque me pareceu que podia magoar as costas.
Continuei estrada fora na direcção de Wintrop. O calor começava a apertar e quando lá cheguei já dava para transpirar.
A cidade parece mesmo daquelas do faroeste com as casas de madeira e algumas delas pareciam mesmo antigas. Os passeios eram de madeira e tinham cobertura, o que dava jeito por causa do sol.
Atravessei o Northern Cascades Nat. Park pela estrada 20 que tem um percurso muito agradável. Como o tempo está bom não faltavam ciclistas estrada acima e abaixo. Também os motociclistas eram mais que muitos.
Segui para a zona costeira mas depois vi que havia mais um outro parque natural mais a sul e fui até lá.
Uns quilómetros na inter-estadual 5 deixaram-me a pensar que a estrada 9 seria uma boa alternativa. Segue quase a par e tem muito menos trânsito. Nos primeiros quilómetros entre pequenas aldeias com casas de madeira e sem vedações havia poucos carros, só mais lá para a frente aumentou o movimento.
Depois do desvio para o Monte Rainier vi que o conta-quilómetros já não conta outra vez. Tenho de começar a usar o GPS para contar os quilómetros.
Entrei no Mount Rainier National Park e fui andando por aquela estrada que subia e descia por vales espectaculares cobertos de densas florestas.
Resolvi ficar por ali mas antes tive de ir abastecer a uma cidade próxima, uns vinte quilómetros, pois iria mais para o interior do parque e não teria gasolina suficiente para dar mais umas voltas.
O parque campismo é simples mas tem água.
Andei por ali a dar umas voltas na moto e a pé. As montanhas ainda estão com muita neve e alguns trilhos ainda estão fechados, mas para mim chegavam os abertos.
O monte Rainier estava quase sempre coberto de nuvens e só a meio da tarde o vi quase descoberto.
O Paradise Valley, um dos pontos grandes do parque, ainda está cheio de neve.
Fui ainda à zona de Longmire onde fiz o Shadows Trail, pelo meio de árvores enormes. Só mesmo no topo do monte se podia ver um pouco do vale mas foi preciso mais de uma hora a subir. Ainda pensei seguir mais um pouco mas tinha deixado o mapa na moto e não sabia a distância que teria de percorrer. Regressei pelo mesmo caminho.
Nessa noite fez frio e de madrugada comecei a sentir pingas na tenda. Seria neve? Não era a humidade que caía das árvores pois estava um nevoeiro denso.
Preparei tudo e saí. Estrada fora não se via grande coisa. Ainda bem que no dia anterior estava sol, com algumas nuvens é certo.
Só depois de atravessar a montanha e descer é que voltou a abrir.
A minha ideia era seguir para a costa e depois para sul. Ia pensando que se calhar queria ficar num motel para ter internet e poder carregar as pilhas das máquinas que com o frio aguentam menos tempo.
Em Raymond, junto ao mar, fiquei no primeiro motel. Não sei se valeria a pena andar à procura, os preços serão semelhantes.
Eu sei que há pessoas à espera que eu escreva alguma coisa mas nem sempre me é possível. Muitas vezes não consigo arranjar ligações de internet e além disso isto dá-me uma trabalheira… Vou tentar… mas quando puder. É que os motéis são caros, para arranjar internet e nem todos têm.
Raymond, N 46º 41,288’ W 123º 43,983’