quarta-feira, setembro 15, 2010

O outono está a chegar...

Os três primeiros dias no Canadá foram de chuva mas depois a coisa acalmou.
A chuva ia fazendo a sua aparição mas já não de forma contínua.
Continuei ao longo dos lagos, nem sei se era o Huron ou ainda o Superior, são uns atrás de outros. Vê-se terra ao longe e umas vezes são ilhas mas outras já é a terra que se aproxima e quase fecha e passa a ser outro lago.

A estrada 7 vai sempre seguindo por entre muita floresta onde já se vai notando a mudança de cor nas árvores.

Em vez de contornar o lago Huron atravessei-o de ferry para sul. O Lou tinha-me dito para fazer isso pois a volta toda ao lago era grande e muito monótona. Em South Baymouth, enquanto estava à espera do barco, também uma senhora me confirmou isso. A Louise estava a trabalhar no Yukon mas reformou-se e estava de regresso ao seu Québec natal.
O barco chegou mesmo ao cair da noite. Os motéis estavam lotados pelo fim-de-semana prolongado, o Labor Day, e tive de encontrar um parque de campismo e montar a tenda já com pouca luz.
Mais uma vez estranhei não sentir o sol na tenda pela manhã. Por volta dos oito começou a chuviscar e fiquei logo a pensar no que iria ser o dia. Mas pouco depois parou a até o sol apareceu e até deu para secar as coisas.
Por falar em secar, a bateria anda meia seca. Não compreendo como depois de muitas semanas sob um calor danado apenas precisei de acrescentar um pouco de água em casa do Lou. Andei mais uns dias com calor e depois já vieram dias mais frescos e nem passou tanto tempo como desde que saí de Victoria.
Tentei arranjar água destilada mas é fim-de-semana e nas bombas de gasolina não encontrei.
Na Bruce Península andei por uma margem e outra mas não consegui ver grande coisa do lago, a faixa mais chegada à água está ocupada com casas e não há acessos públicos, pelo menos junto das estradas por onde andei.
O vento esteve forte durante muitas horas e de vez em quando lá vinha uma chuvada.
Atravessei muitas cidades ou aldeias mas apenas Cambridge me chamou a atenção por causa de alguns edifícios mais antigos.


Finalmente consegui arranjar água numa oficina de automóveis, o empregado deu-me uma garrafa e disse que não custava nada. Assim, está bem. Tratei logo da bateria.
Numa pequena aldeia, Peacock Point, vi uma bandeira portuguesa mas não vi ninguém por ali.
O parque de campismo do Parque Provincial Rock Point era demasiado caro, 36,75 dólares, mas já não em apetecia andar mais e fiquei por ali.
Durante o dia o tempo esteve bom, apenas o vento era bastante forte com o céu enevoado mas sem chuva. Ao final da tarde enquanto me preparava para fazer o jantar veio uma chuvada tão repentina que tive de atirar tudo para dentro da tenda. Depois abrandou mas tive de ficar dentro da tenda a acabar o jantar e a comer.
Mais tarde parou e até o céu estava estrelado. O barulho das ondas e do vento é que era pior, nem deixava adormecer. Uma trovoada ao longe não se ouvia mas os relâmpagos eram bem fortes.
Segui para Niagara Falls. Depois de Fort Erie a estrada segue ao longo do rio por aquilo que parecia um tapete de relva.

Fiquei duas noites num motel que nem foi caro, já há menos turistas pois a escola começou.
As cataratas podem ser apreciadas livremente, não há grades nem vedações a limitar o acesso. Vêem-se desde a estrada que acompanha o rio durante quilómetros. As cataratas são impressionantes e gostei de ver.
Tenho de dizer uma coisa, gostei mais das cataratas do rio Iguaçú, no Brasil e Argentina. Lá havia muitos pontos por onde a água caía e criava quedas de água com degraus e várias formas diferentes. Aqui só há dois pontos e a água cai sem ressaltos, apenas no lado dos Estados Unidos a água salta pelo meio de algumas rochas.


Mas estava na hora de arrancar em direcção a Montreal.
Ao passar em Toronto apenas tirei umas fotos em andamento na auto-estrada.

Nessa noite parei em Kingston.

Ao entrar no Quebec fui ao centro de turismo e encontrei lá um alemão que já tinha encontrado no ano passado algures lá o oeste dos Estados Unidos, penso eu.
A meio da tarde cheguei a Dollar-des-Ormeux, em Montreal, onde fica a casa de José Marques, um primo do Eusébio Pedro, de New Jersey. Fomos dar uma volta pelo centro da cidade mas é uma cidade grande como outras, mas com muitos portugueses.
Receberam-me bem como um velho amigo que espero passar a ser.

A toda a família, José, Zélia, Tânia e Melissa, obrigado. “See you soon”.
Continuando para Québec, voltei ao centro de Montreal mas a chuva apareceu mesmo nessa ocasião. Ainda subi a colina de onde se pode ver toda a cidade mas não se via nada. Tirei uma foto ou duas e arranquei.

Enganei-me e em vez de ir para norte fui para este até que senti que não iria bem, o que eu queria era fugir da chuva.
Mas tive de arrepiar caminho e até Trois Rivières a chuva não parou. A partir daí o céu estava carregado mas não choveu.

Em Québec fui até um hostal que vi no GPS e também num dos panfletos do turismo. Fica na parte antiga da cidade, na zona da colina. Tive de arranjar um parque de estacionamento para a moto pois nem à porta do hostel se pode estacionar, as ruas são estreitas e só mesmo os residentes que tiverem os cartões em dia.
Andei pela cidade que tem ainda parte de uma muralha e duas torres de vigia dos primeiros tempos da colonização.


Algumas ruas são interessantes e há bastantes prédios antigos bem restaurados e conservados.


O tempo está a ameaçar chuva, mas espero que aguente mais uns dias para poder chegar à volta final pela Nova Scotia, que todos me asseguram ser bonita.

Quebec, N 46º 48,737’ W 71º 12,683’

5 comentários:

fernando_vilarinho disse...

Viva Queirós!
esta viagem já é + pelo Canadá que os states ,)
se estar a ficar + frio tens que rumar a sul, até às praias da florida!
Boas fotos do Niagara!
Um Abraço,
f.

Anónimo disse...

Olá Queirós

Tás a entrar na recta final do teu grande passeio, continua em frente Amigo até Nova York.

Abraços

Valente - MCPorto

Anónimo disse...

Olá Queirós “cidadão do mundo”,

Apesar da beleza dos lagos, as cidades não lhes ficam atrás e até dá vertigem a descrição da passagem de umas para outras…

Nunca pensou em usar as Pousadas da Juventude (para todas as idades)? O Canadá tem à volta de 70 e pode usar o Nº de Alberguista do seu GDST e os preços são inferiores ao que tem pago, dependendo da acomodação, e além disso tem serventia da cozinha.. É só uma dica e se calhar até já experimentou noutros países (?!)

As cataratas… pois não há como estas! E que "inveja" dos sortudos passageiros dos barcos nas fotos.

Que tudo corra bem e o tempo esteja de feição!

T.

Anónimo disse...

it was wonderful to see you again Antonio. be safe and let's meet in Europa soon!
Sean, Angel and Genevieve

Anónimo disse...

hi antonio,
i just met a biker from the netherlands (enduromotor.com) who shipped his bike roll on roll off to halifax with WALENIUS. he said EUROLINER offers the same service to the US.
thought that might help zou instead of building a wooden box.

regards
matthias
(german bmw-rider, we met in colorado last year and this year at the quebec visitor information near montreal)
mazeinf@web.de