Passei uma semana em casa do Lou a descontrair depois de tantos dias sempre a rolar.
Num dos dias em que ele teve de sair aproveitei e fui a San Antonio para visitar El Alamo, um sítio histórico para o Texas e para os Estados Unidos. Confesso que fiquei um pouco decepcionado. Esperava uma coisa mais grandiosa mas apenas havia uns muros do que seria a antiga missão e uma capela, apenas as paredes. Mas foi interessante.
A cidade tem uma zona junto a um pequeno rio muito agradável, ajuda a refrescar do calor.
Ajudei o Lou nalgumas coisas que ele tinha de arranjar.
Num dos dias fomos a casa de um dos irmãos dele que vive junto a um lago e fomos dar uma volta de barco nesse lago. Num sítio como este não me importaria de viver.
Num dos dias em que estivemos à conversa falei dos meus planos de viagem e ele disse-me que devia abandonar a ideia de ir à Florida nesta ocasião pois estava demasiado calor. Deveria ir para norte e seguir pelo Canadá. Achei que não era má ideia, não senhor.
Tem estado um calor diabólico.
Sendo assim devia apenas ir até New Orleans e então virar para norte.
Em Morgan City cruzei uma ponte antiga bem bonita, ao lado já uma nova para a auto-estrada.
As estradas são muito monótonas, sempre iguais, através de planícies sem fim.
Ao entrar na Louisiana começa a ver-se mais verdura, muitos rios e zonas alagadiças.
Para quem gostar de vida nocturna a cidade de New Orleans tem que chegue. No sábado á noite fui até ao bairro francês e aquilo por lá era uma loucura.
Havia duas ou três ruas que estavam fechadas ao trânsito, em parte, por onde circulavam centenas de pessoas. Muitos bares ao longo dessas ruas tinham música ao vivo e alguns deles até outras cenas tinham ao vivo.
Quase toda a gente andava de copo na mão e eu não podia ser diferente. Uma cerveja e toca a andar pela rua. Nalgumas varandas as pessoas atiravam colares que alguns dos passeantes depois usavam.
Voltei cedo ao hostel, não sou da noite, mas sempre com cuidado para ver se não passava da paragem do eléctrico que dava para a rua do hostel. Não me queria perder por ali.
No domingo à tarde, voltei ao bairro francês para apreciar melhor algumas das casas que por ali ainda se mantêm. Passei no mercado e fui até à beira do rio Mississipi que tinha uma água acastanhada, de terra. Uma enorme ponte metálica cruzava o rio lá ao fundo.
Um barco a vapor daqueles antigos com uma roda de pás na traseira subia o rio mas ia mais próximo da outra margem. Não sei se o barco era mesmo antigo ou seria uma réplica, passou longe.
À noite trovejou e chuviscou mas na segunda de manhã o tempo já estava bom.
Bom é uma maneira de dizer, enquanto preparava e montava tudo na moto fartei-me de transpirar, de manhã e à sombra.
Saí da cidade por uma ponte de 32 quilómetros que atravessa um lago. A estrada vai quase ao nível da água e só por duas ou três vezes se eleva para formar um arco para os barcos poderem passar por baixo.
Segui para norte numa zona muito plana e que nada tem de especial para apreciar. Sei que vou apreciando a paisagem mas não houve nada fora do normal. Sempre campos verdes e muita floresta.
Passei em Natchez e apenas vi no rio Mississipi um dos antigos barcos ancorados e que agora serve de casino e restaurante. Algumas casas velhas e mais nada me despertou a atenção.
Uma ocasião tive de ultrapassar um tractor e fui durante um pedaço a mais de 60 milhas por hora – 104 quilómetros por hora, o limite era 55 milhas. Abrandei para o limite e pouco depois vi um carro da polícia num recanto entre a vegetação.
Pensei naquelas cenas dos filmes em que os carros da polícia estão escondidos atrás dos painéis publicitários e depois saem atrás de quem passa em excesso de velocidade.
Tenho tentado cumprir com os limites de velocidade e já vi muita gente parada a prestar contas à polícia.
Hot Springs fica junto a uns lagos e achei que seria um bom lugar para estacionar e ver.
Hot Springs, N 34º 29,487’ W 93º 03,504’
4 comentários:
Olá Amigo Queirós.
É pena não ires à Florida. Eu sei que é uma zona muito bonita e com cidades espectaculares, como Miami ou Fort Lauderdale. Mas compreendo a tua opção, para além do calor a humidade daquela zona ronda os 80 ou 90%.
Segue em frente e para o norte amigo na tua fiel "Transandes" bi-turbo, desculpa bi-cilindrica.
Grande abraço
Valente - MCP
Olá Queirós!
Agora que estávamos a “adoçar o bico” para Miami, resolve ter medo ao calor! Nós aqui também estamos numa “fornalha” e não mudamos de Continente (Hi! Hi!).
Mas o propósito da viagem é seguir não importa a direcção, não é assim?
Hum… a vida nocturna de New Orleans foi demais?
Afinal, já não se vê o rasto do furacão, e as pessoas estão a divertir-se não é?
A moda do Botellon já chegou à América?
Ai...quem não gostaria de uma casa junto ao lago…com barco …???
Nada de velocidade, senão ainda temos reportagem de ultima hora na Tv,com a policia a persegui-lo!
Boa Viagem (seja para Norte ou Sul) e cá ficamos a espera de novidades…
T.
É sempre com muito prazer que eu venho "cuscar" as novidades da viagem do amigo Queirós.
Deixo um grande abraço e continua a descrever todos os pormenores possíveis da viagem.
Boas curvas
(falcaodonorte) Mário Almeida
Oi Queirós!
pensava que ias fugir da maré negra (oil) do Golfo do México! ,)
Assim com imprevistos até tem mais piada, e sempre se descobrem + coisas novas e interessantes.
Um Abraço,
f.
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