Rolar nas estradas asfaltadas é uma maravilha. Passar nestes vales com os lagos de água muito azul ou então acompanhar os rios com a água cristalina é um prazer enorme.
O único que encontrei deixou-me amedrontado. Pediram-me 50 (cinquenta) pesos e era a taxa mínima. Até agora tenho pago entre 10 e 15 pesos. Já houve ocasiões que paguei 8 ou até 17, mas isto era um exagero. Se os preços eram assim não queria ficar por ali.
Vou seguindo e depois páro onde calhar, pensei.
Pouco depois da saída de Bariloche vi placas de sinalização com o nome de Villa La Angostura, que ficava muito mais perto, e de que tinha lido qualquer coisa. Deixei a estrada que seguia e inclinei para lá. Inclinar é mesmo o termo pois há já bastantes dias que não tinha apanhado vento na estrada. Sempre tive de parar e vestir o forro do blusão pois já estava a ficar com frio e a altitude ia aumentando lentamente.
Por acaso foi aqui que encontrei o preço mais baixo para ir à internet, 1,5 pesos por hora, e até nem era muito lenta.
O tempo mudou e a chuva começou a aparecer. Chuvisca de vez em quando e durante o dia está frio e de noite arrefece mesmo.No porto de Bahia Mansa, no lago Nahuel Huapi, vêem-se os barcos para as excursões turísticas no lago. A vista sobre o lago é muito bonita.
Os primeiros quilómetros, uns dez se tanto, são em asfalto e contornam o lago até que no desvio começa o rípio. Foram quase cinquenta quilómetros numa estrada em obras e em que nalguns pontos a terra macia e a humidade da chuva do dia anterior ainda me assustava mais. Não chegava a fazer lama só que com a passagem dos carros formava regos em que eu tinha medo de cair.
Havia muitos lagos, chamam a esta estrada a “Ruta de los 7 lagos”, mas alguns mal se viam por causa das árvores. Também porque era preciso olhar para o chão para não tropeçar nas pedras. Quando entrei novamente no asfalto já deu para relaxar e apreciar melhor.
Este fim de semana são as festas na cidade e o parque está cheio. Há um outro mais ao lado que está esgotado. Um rio passa mesmo aqui ao lado.
Apesar de estar a oitocentos metros, mais ou menos como Villa la Angostura, aqui em Junin faz calor durante o dia, à noite arrefece um pouco.
À noite o barulho dura até que horas, apesar de haver avisos para fazer silêncio a partir da meia-noite. Não adianta com toda a gente a fazer os assados a partir das dez/onze horas. Depois também há a canalha que grita, joga à bola e faz pó e anda de bicicleta e faz pó.
Quando passei em El Bolsón vi um cartaz sobre esta festa e pensei que estava sempre a chegar atrasado às festas que aconteciam em alguns lugares e desta vez resolvi que iria chegar a tempo. Foi também uma das razões que me levou a não parar em Bariloche e depois em San Martin de Los Andes.
Depois foram as novilhadas, em que montavam novilhos para ver quem aguentava determinado tempo em cima deles. Trambolhões para quase todos.
A seguir foram as “jinetadas” em que os “puesteros” montavam cavalos bravos em pêlo e também tentavam aguentar determinado tempo. Foi muito interessante ver isto ao vivo.
Da parte de tarde voltei a ir ver as “jinetadas”, só que desta vez os cavaleiros já montavam com uma pequena sela. Foi interessante ver e houve alguns que foram mesmo espectaculares.
Km 05458, Junin de Los Andes, S 39º 57,173’ W 71º 03,830’
8 comentários:
Olá Queirós,
Depois de ler o teu relato, já estive no Google a ver por onde andas.
Vi o riajo com a pontesinha do parque de campismo. Além de as paisagem serem idilicas ainda ficas em parques de campismo onde não apetece sair.
Aproveita
Um Abraço
Paulo Oliveira
Grande Queiros
Vê-se que te animastes de novo. O que vemos aqui são as paisagens mais lindas do planeta. Conhecer um pouco das paisagens e dos costumes dos povos andinos é tudo de bom. Raras pessoas, privilegiadas e corajosas como tu, têm o prazer de ver tudo ao vivo e em cores. Você é abençoado por Deus. Vai firme. !!!!!
Olá Tone
Finalmente tenho internet na casa nova e já posso acompanhar a odisseia mais de perto. Tenho visto na fábrica ou na mãe.
Hoje fui ver no Google Earth por onde andas e realmente os lagos devem ser mesmo espectaculares. Vêm lá assinalados alguns cumes de vulcões e depois de teres ido ver os glaciares só falta mesmo veres um vulcão em actividade! Aí muito perto está o Llaima, no Chile que mantém uma ligeira actividade. se não, passa no Popocatapetl no México, pode ser que que dê para ver a lava a saltar!
Um abraço e continua
Cândido
Parabéns Queirós!
Já mostras mais vida nas tuas fotos. Estás a progredir a olhos vistos. Fico contente por te saber bem. Vai curtindo a vida porque trabalhaste para isso. Tomara a muitos de nós podermos fazer-te companhia.
Fiquei mais tranquilo porque pela tua prosa parace-me que não estás com muita pachorra para aturar canalha...;)
Assim sendo vê-lá se dás um nó na câmara de ar (não vá ela romper-se...) que é para não arranjares problemas do... rípio!
Um abraço e continuação de boa viagem.
Mustafá
Realmente, Queirós, isso está a animar.
Jinetadas, hem?
Fixe!
Já agora, a como está o peso?
Bota prá frente!
Grande Abraço
Nestes
Só hoje - 5º feira - vim procurar notícias e fiquei satisfeito de te ver mais animado e a fotografar gente e actividades locais,................continua que vais bem.
Como disse o caldeira atenção aos furos das "camaras de ar",mas não te acanhes com o "rípio".
G.Albuquerque
boas fotos Queirós, obrigado! ;-)
A. Pedro
Tás lixado... quando vieres vais ter que demonstrar essas "jinetadas" ao vivo aqui ao pessoal... vai treinando...
pedro leite
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