Li um livro, ou melhor quase todo, sobre a viagem que o primeiro motociclista fez à volta do mundo. Pelo menos tem sido considerado. Foi um norte americano que durante dezoito meses, nos anos 1932/33, partiu de Londres em direcção a leste e atravessou a Europa e a região onde hoje ficam a Arábia Saudita, Iraque e Irão. Passou pela Índia e sudeste asiático. Cruzou depois a América do Norte até casa. Ele estava a estudar na Europa e regressou a casa de moto contornando o mundo. O livro é “One Man Caravan” de Robert Edison Fulton, Jr. e pelo que disseram não é fácil de encontrar. Foi publicado em 1937 e depois nos anos sessenta, já não me lembro qual. A história é fantástica, pena o meu inglês não ser bom. Tem fotos que hoje são como documentos históricos.
Depois de mais umas nozes recolhidas fui com o John tratar de guardar as ameixas que estavam a secar. As ameixas são o produto que a quinta mais tem. O frio aproxima-se e a humidade das noites já é muita. No dia em que tratámos disso o sol não estava muito forte.
No dia seguinte, sábado, o tractor avariou e não foi possível pô-lo a trabalhar. Ainda se atou uma corda a um velho jipe Ford com 25 anos, o tractor tem quarenta, e comigo a conduzir o jipe e John no tractor mas nem assim. O tractor era pesado e ia de rasto sem o motor rodar. Ao fim de uns minutos a embraiagem do jipe começou a fumegar por causa do esforço. O melhor foi parar senão eram dois problemas.
Na segunda tirei um dia de folga e fui ver o cañon do rio Atuel. Fica perto da cidade, uns trinta quilómetros, e diziam-me que não podia passar sem o percorrer, mais uns cinquenta.
O percurso que fiz foi da parte mais baixa para cima. Foi muito bom.
De início tem muitas árvores junto ao rio e nalguns pontos mais abertos há parques de campismo, restaurantes e empresas de aventura para andar no rio.
O percurso que fiz foi da parte mais baixa para cima. Foi muito bom.
De início tem muitas árvores junto ao rio e nalguns pontos mais abertos há parques de campismo, restaurantes e empresas de aventura para andar no rio.
A certa altura uma barragem forma um lago, que nesta ocasião estava um pouco baixo. Depois a estrada de asfalto acaba e começa a terra. Mas a paisagem compensa.
Andar ao longo do rio com a estrada quase suspensa das paredes foi muito agradável.
Na parte final a estrada subia para onde ficava outra barragem só que nalguns sítios notava-se que a estrada estava partida por deslizamentos de terra, até pelos degraus que era preciso subir. Só pensava que seria muito azar se houvesse um quando eu fosse a passar. Depois para regressar à finca foram mais oitenta quilómetros, mas agora a estrada era de asfalto bom e novo.
Na parte final a estrada subia para onde ficava outra barragem só que nalguns sítios notava-se que a estrada estava partida por deslizamentos de terra, até pelos degraus que era preciso subir. Só pensava que seria muito azar se houvesse um quando eu fosse a passar. Depois para regressar à finca foram mais oitenta quilómetros, mas agora a estrada era de asfalto bom e novo.
Na terça foi dia de arrancar outra vez. Em direcção a Mendoza a estrada ainda vai no meio de planícies enormes. Nota-se mais humidade e ao longe começa-se a ver os cumes das montanhas. A neve que caiu nos últimos dias já reforçou a que nunca derrete.
Mendoza é a cidade capital da província com o mesmo nome. Aqui produzem-se milhões de litros de vinho, dizem que setenta por cento da produção argentina.
Mendoza é a cidade capital da província com o mesmo nome. Aqui produzem-se milhões de litros de vinho, dizem que setenta por cento da produção argentina.
Procurei a casa de três portugueses que estão por cá a estudar enologia, espero que regressem com bons conhecimentos para ajudarem o “nosso” vinho a melhorar ainda mais. Dois são de Moncorvo e um de Carviçais e estão a melhorar os seus estudos que iniciaram na Universidade de Vila Real.
A cidade de Mendoza é muito aberta e arejada. Foi reconstruída depois de um terramoto em 1861 que a destruiu por completo e então pensaram que o melhor seria ter ruas largas e praças grandes para na eventualidade de um novo terramoto as pessoas poderem fugir sem haver o perigo de as casas lhes caírem em cima.
Já andei às voltas pela cidade para a conhecer um pouco, enquanto os estudantes vão para a escola ou para o trabalho, pois têm de tentar algum dinheiro para ajudar às despesas. As bolsas de estudo da sua Universidade nunca mais são aprovadas, até parece que estamos na Argentina, e daqui a pouco, Julho, já têm de regressar a casa.
A cidade de Mendoza é muito aberta e arejada. Foi reconstruída depois de um terramoto em 1861 que a destruiu por completo e então pensaram que o melhor seria ter ruas largas e praças grandes para na eventualidade de um novo terramoto as pessoas poderem fugir sem haver o perigo de as casas lhes caírem em cima.
Já andei às voltas pela cidade para a conhecer um pouco, enquanto os estudantes vão para a escola ou para o trabalho, pois têm de tentar algum dinheiro para ajudar às despesas. As bolsas de estudo da sua Universidade nunca mais são aprovadas, até parece que estamos na Argentina, e daqui a pouco, Julho, já têm de regressar a casa.
7 comentários:
Já estava a ficar preocupado.Até cheguei a pensar: O gajo se calhar arranjou emprego na finca e agora nunca mais vamos ter novidades.
Agora que estou descansado já antevejo mais historias,mais gentes,mais locais,enfim,mais de tudo.
Siga a marinha e Boa Viagem.
Graciano Albuquerque
Ainda não foi desta que fui o 1º a comentar. ;)
A moto e condutor continuam rijos, sempre a rolar pela estrada fora! Estou a ver que da Argentina só vais ter boas recordações!
Atenção ao controle anti-doping-(álcool) depois de saires da Bodega..
Abraço,
VIVA QUEIRÓS
ESTÁ NA HORA DE VOLTAR A ESTRADA E NARRAR A TODOS OS TEUS AMIGOS DE CÁ AS TUAS AVENTURAS. JÁ NÃO PASSO DOIS DIAS SEM VER SE HÁ NOVIDADES NA TUA VIAGEM. FORÇA AMIGO !
VALENTE
Ol� Ant�nio! Porque n�o apareces nas fotos? N�o ligues aos coment�rios! Isto � da outra vez que apareceste todos te disseram que estavas mais gordinho, mas acredita que n�o estavas mal... continuas a ser o mais magro dos teus irm�os, portanto...aparece que n�s queremos ver-te! De facto as fotos que nos envias continuam fant�sticas e justificam a tua perman�ncia nesse para�so! Aproveita pois quando chegares tens de nos contar tudo! Saudades e beijinhos! Vai em frente e s� feliz!
Belacruz
Olá Tio!
Quando fores à "bodega", tens que fazer vários brindes... um à tua grande viagem....outro aos sítios magnificos por onde tens passado... outro aos teus dotes fotográficos... tens cada postal! Quando chegares podemos fazer negocio! .. outro a nós que adoramos ler as tuas peripécias e acompanhar a aventura que deixou de ser tua e passou a ser nossa também!... Ups.. Falta um brinde à tua mota... e um a ti.. Ao Verdadeiro Ti Tone!!!!!!
Força!
Beijinhos
Paula Cruz
Grande Queiros !
O seu destino é viajar pelo mundo. Eu costumo acessar todos os dias prá ver as novidades. E olha que cada vez as novidades são melhores. Continuo viajando junto, sem sair de casa. Vai firme e forte !!!!!
so tenho a desejarte mta sorte nessa viajem pois tambem sou uma
grande fã de motos.
força queiros
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