Ao sair de Puerto Natales vi uma indicação para a Cueva del Milodon. Fui ver que tal era a gruta e encontrei o Chuck no posto de atendimento a perguntar se aquela estrada ia até ao parque de Torres del Paine. Disseram que sim e ele arrancou.
A gruta onde encontraram vestígios do Milodon, animal do tempo dos dinossáurios, não era nada de especial e ao regressar confirmei se a estrada estava em boas condições. Seria uma alternativa à estrada de asfalto.
Era uma estrada espectacular. O piso, realmente, estava bom e nos primeiros 20/30 quilómetros ia num vale com montanhas com neve de um lado e do outro sem neve. Depois passou a ir junto a lagos e ia subindo e descendo naquelas encostas.
A gruta onde encontraram vestígios do Milodon, animal do tempo dos dinossáurios, não era nada de especial e ao regressar confirmei se a estrada estava em boas condições. Seria uma alternativa à estrada de asfalto.
Era uma estrada espectacular. O piso, realmente, estava bom e nos primeiros 20/30 quilómetros ia num vale com montanhas com neve de um lado e do outro sem neve. Depois passou a ir junto a lagos e ia subindo e descendo naquelas encostas.
Ao entrar no parque nacional ia com a ideia de ficar no campismo de Las Torres para poder fazer umas caminhadas. A estrada até lá também era um espectáculo. Subindo e descendo nas margens de lagos e rios. Uma maravilha. Ainda vi quatro raposas.
O parque de campismo fica numa zona muito bonita, com a montanha ao fundo.
O parque de campismo fica numa zona muito bonita, com a montanha ao fundo.
O som da chuva a bater na tenda foi a primeira coisa que senti quando acordei de manhã.
Dia azarado, pensei, agora que queria caminhar um pouco é que chove. Espreitei e o céu estava mesmo carregado.
Enquanto ia comendo alguma coisa pareceu-me que a chuva abrandou e saí logo da tenda.
O vento desta vez estava a meu favor. Foi afastando o negrume e mesmo com nuvens o dia parecia que se ia compor.
O caminho até ao ponto onde se podem ver as Torres é puxadinho mas vale a pena. Foram cerca de quatro horas e meia. Na parte final, mais de quarenta e cinco minutos, quase que não há trilho. É subir pelo meio de calhaus e às vezes até é preciso usar as mãos para trepar alguns.
As três Torres estavam meio encobertas pelas nuvens. Esperei bastante tempo, juntamente com muitas pessoas que por ali estavam para ver se a nuvem saía. Finalmente abriu um pouco.
Ao descer ia cruzando com pessoas que ainda iam para cima.
Ao chegar cá abaixo olhei para trás para ter uma ideia de onde tinha vindo e vi que as nuvens estavam a descer. Quem viesse mais para trás iria ter alguma dificuldade com aquele nevoeiro.
Dia azarado, pensei, agora que queria caminhar um pouco é que chove. Espreitei e o céu estava mesmo carregado.
Enquanto ia comendo alguma coisa pareceu-me que a chuva abrandou e saí logo da tenda.
O vento desta vez estava a meu favor. Foi afastando o negrume e mesmo com nuvens o dia parecia que se ia compor.
O caminho até ao ponto onde se podem ver as Torres é puxadinho mas vale a pena. Foram cerca de quatro horas e meia. Na parte final, mais de quarenta e cinco minutos, quase que não há trilho. É subir pelo meio de calhaus e às vezes até é preciso usar as mãos para trepar alguns.
As três Torres estavam meio encobertas pelas nuvens. Esperei bastante tempo, juntamente com muitas pessoas que por ali estavam para ver se a nuvem saía. Finalmente abriu um pouco.
Ao descer ia cruzando com pessoas que ainda iam para cima.
Ao chegar cá abaixo olhei para trás para ter uma ideia de onde tinha vindo e vi que as nuvens estavam a descer. Quem viesse mais para trás iria ter alguma dificuldade com aquele nevoeiro.
No dia seguinte saí para ir ver os Cuernos del Paine. O percurso bordejava o lago Nordenskjold. Havia umas pequenas subidas e descidas mas nada demais, só que nalguns pontos havia muita pedra solta. Como era fim de semana havia muita gente, assim como no dia anterior nas Torres.
Quando cheguei ao albergue de Los Cuernos já eram duas da tarde e resolvi regressar depois de comer o farnel que levava.
Quando cheguei ao albergue de Los Cuernos já eram duas da tarde e resolvi regressar depois de comer o farnel que levava.
Já chegava de caminhar e no dia seguinte continuei para El Calafate.
O Thomas, a Katharina e o Chuck, que estavam ali, iam seguir por uma estrada de montanha que encurtava caminho para El Calafate mas eu, como não tinha autonomia para os acompanhar, segui pela estrada normal para poder abastecer.
Depois de uns quilómetros em asfalto a mítica Ruta 40 passava a rípio num cruzamento. Esta estrada atravessa a Argentina junto à cordilheira dos Andes, sendo a maior parte de terra batida ou rípio como dizem por aqui. Nesse ponto parei para abastecer. Aí só havia o posto e umas casas de uma estância. Nalgumas pequenas cidades não há gasolina e aqui quase no meio do nada existe este posto. Quando alguém chegava para abastecer tinham de pôr um gerador a funcionar pois não têm electricidade.
O Thomas, a Katharina e o Chuck, que estavam ali, iam seguir por uma estrada de montanha que encurtava caminho para El Calafate mas eu, como não tinha autonomia para os acompanhar, segui pela estrada normal para poder abastecer.
Depois de uns quilómetros em asfalto a mítica Ruta 40 passava a rípio num cruzamento. Esta estrada atravessa a Argentina junto à cordilheira dos Andes, sendo a maior parte de terra batida ou rípio como dizem por aqui. Nesse ponto parei para abastecer. Aí só havia o posto e umas casas de uma estância. Nalgumas pequenas cidades não há gasolina e aqui quase no meio do nada existe este posto. Quando alguém chegava para abastecer tinham de pôr um gerador a funcionar pois não têm electricidade.
Antes de El Calafate, uns sessenta quilómetros, parei para tirar umas fotos e vi que estava a pingar óleo do motor. Que teria acontecido. Espreitei por baixo do motor para ver o que seria e não vi nenhuma fissura por onde o óleo pudesse sair. Um chileno que estava num carro que parou pouco depois também foi ver o que seria e disse que devia ser o filtro do óleo. Fiquei um pouco mais aliviado mas mesmo assim…
No parque de campismo tentei ver o que seria mas não dava. No dia seguinte teria tempo para isso.
Numa bomba de gasolina perguntei onde havia uma oficina para motos e disseram-me que não havia na cidade. Havia só um sujeito que tinha moto e que fazia umas pequenas coisas, El Mono era o seu nome.
Entretanto vejo o Chuck muito inquieto a perguntar o mesmo. Cheguei ao pé dele e perguntei o que se passava e ele disse-me que o elo de engate da corrente se tinha partido.
Vamos procurar El Mono!
Fomos a uma praça de táxis, pois disseram-nos que aí sabiam onde morava, e um deles levou-nos até casa dele. Aí por uma sorte dos diabos ele tinha um elo da medida certa. Uma sorte para o Chuck. Quando ele tentava pôr o elo no sítio apareceu um japonês que ele tinha conhecido uns dias antes e que o ajudou, quase fez o trabalho todo, a arranjar a corrente.
O elo tinha partido a dezassete quilómetros da cidade e um camionista trouxe-lhe a moto até ao parque de campismo. Um problema que normalmente demoraria dois ou três dias a resolver foi solucionado em pouco mais de três horas.
De manhã desmontei a protecção do motor e pus-me a ver o que seria o problema do óleo. O filtro estava desapertado e mesmo depois de apertar um pouco ainda vertia óleo. Entretanto passa o Sebastian que me ajuda mas mesmo assim fica a gotejar um pouco. Fui até casa do El Mono mas ele não estava. Ao final da tarde, já eram dez e meia, voltei lá e ele emprestou-me uma chave para apertar um bocadinho mais e agora penso que estará resolvido. Andei uns dez quilómetros para o motor aquecer e não pinga óleo.
Como vêem qualquer moto serve para viajar.
Numa bomba de gasolina perguntei onde havia uma oficina para motos e disseram-me que não havia na cidade. Havia só um sujeito que tinha moto e que fazia umas pequenas coisas, El Mono era o seu nome.
Entretanto vejo o Chuck muito inquieto a perguntar o mesmo. Cheguei ao pé dele e perguntei o que se passava e ele disse-me que o elo de engate da corrente se tinha partido.
Vamos procurar El Mono!
Fomos a uma praça de táxis, pois disseram-nos que aí sabiam onde morava, e um deles levou-nos até casa dele. Aí por uma sorte dos diabos ele tinha um elo da medida certa. Uma sorte para o Chuck. Quando ele tentava pôr o elo no sítio apareceu um japonês que ele tinha conhecido uns dias antes e que o ajudou, quase fez o trabalho todo, a arranjar a corrente.
O elo tinha partido a dezassete quilómetros da cidade e um camionista trouxe-lhe a moto até ao parque de campismo. Um problema que normalmente demoraria dois ou três dias a resolver foi solucionado em pouco mais de três horas.
De manhã desmontei a protecção do motor e pus-me a ver o que seria o problema do óleo. O filtro estava desapertado e mesmo depois de apertar um pouco ainda vertia óleo. Entretanto passa o Sebastian que me ajuda mas mesmo assim fica a gotejar um pouco. Fui até casa do El Mono mas ele não estava. Ao final da tarde, já eram dez e meia, voltei lá e ele emprestou-me uma chave para apertar um bocadinho mais e agora penso que estará resolvido. Andei uns dez quilómetros para o motor aquecer e não pinga óleo.
Como vêem qualquer moto serve para viajar.
Quero ir ver o glaciar Perito Moreno mas o tempo tem estado muito encoberto e dizem-me que na montanha ainda fica pior e não se vê nada. Vou ver se hoje consigo ir até lá.
Vou tentar a partir de agora pôr no final de cada página que faça o número de quilómetros que o conta-quilómetros da moto indicar para terem uma ideia dos quilómetros que vou fazendo. Alguns dias pode ser só a deslocação de um lado para outro mas às vezes também ando um bocado nos sítios onde fico. Quando saí de Buenos Aires, há já três meses!!!, tinha 88472 kms em El Calafate tinha 02389 kms, já virou, ou seja já fiz 14.000 quilómetros.
Posição GPS – S 50º 20,026’ W 72º 15,518’
Vou tentar a partir de agora pôr no final de cada página que faça o número de quilómetros que o conta-quilómetros da moto indicar para terem uma ideia dos quilómetros que vou fazendo. Alguns dias pode ser só a deslocação de um lado para outro mas às vezes também ando um bocado nos sítios onde fico. Quando saí de Buenos Aires, há já três meses!!!, tinha 88472 kms em El Calafate tinha 02389 kms, já virou, ou seja já fiz 14.000 quilómetros.
Posição GPS – S 50º 20,026’ W 72º 15,518’
12 comentários:
Tio Tone, já tens a rodagem feita! 14.000km é obra!!! E eu aqui a pensar com os meus botões se hei-de ir ao S. Gonçalo no domingo a pé! Meia dúzia de kilómetros e eu acho demais! Grande ANTÓNIO! Vê se páras um pouco e nos arranjas um acrescento familiar....! Era o máximo! Ver-te chegar com uma mulher... de que nacionalidade? Bem isso não importa! De preferência com um filho teu nos braços! Bem continua em frente! Cuida de ti! Beijos BelaCruz
Olá Queirós,
Grandes sítios estes por andas agora. Umas paisagens fantásticas!
14 mil km em 3 meses...
É, eu também tenho uma média semelhante na minha Trasalp:
14 mil km em 3 ... anos :-)
Continuação dessa boa e incrível viagem.
Abraço, Joaquim Alves
Boas,
Ontem o Gonçalo da Mata esteve no MCP a contar a sua viagem e por isso foi possível ver um pouco das paisagens por onde tens andado. A ideia de pores os km´s que tens percorrido é gira.
Continuação de Boa Viagem,
pl
UFA!!! Finalmente, pois é Queirós, devido a problemas burocráticos só hoje pude arrancar e nem imaginas o GAZZZZZ que tive que vir a dar para saindo hoje de manhã de Buenos Aires te vir apanhar a Calafate. Vê lá se mandas o waypoint para ir aí comer um "asado" contigo.
(Desculpa não colocar fotos da viagem, mas devido à pressa que trazia para te apanhar apenas tenho as dos radares da Polícia.)
Mas nem imaginas como fico "FELIZ" por saber que está tudo a correr bem e que te estás a divertir.
Continua com esse teu sonho que a partir de hoje há mais um a seguir na tua roda. E aproveito para dizer que estás um escriba de primeira, (já estou a ver o trabalho que vou ter para te passar isto tudo para cd. Eh... Eh...)
Só um conselho e que vem do meu lado marinheiro, mas que uso muito na moto, quando rodares com vento lateral forte, mantém o pé no patim e abre o joelho para fora do lado que sopra o vento e vais ver que a pressão te alivia um bocado os braços.
Um grande abraço e quando olhares para o retrovisor, vou lá estar. Eu e muitos mais.
Nuno Feliz
Viva, Queirós.
Essa ideia de meter os km é excelente. Muito obrigado por mais esse "serviço".
As fotos são da melhores que já tens mandado. Dão-nos uma impressão de que vivemos num local tão banal...
Outra coisa, o Gonçalo Mata disse-nos, na sede, que na Patagónia viu as paisagens mais bonitas. Por isso aproveita. Claro que gostou dos vulcões da América Central, dos desertos do México e EUA, etc. Mas aproveita!
Acho piada que ja és de abraço com os outros viajantes que vão aparecendo por aí.
Continua e um grande abraço!
Nestes
Olá Queirós, paisagens esplêndidas, e os "asados" tão te a fazer bem!!!
A. Pedro
OLA TONE...
ESTOU CONTENTE POR SER EU A TENTAR MANDAR UM GRANDE ABRAÇO E UM BEIJO O QUE FALTA É TREINO.
TEM CUIDADO QUE ESTAS A FICAR GORDINHO. SEMPRE EM FRENTE É QUE SE ANDA.
BEIJOS MÃE.
Olá Tone
Realmente estas paisagens são espectaculares, mas já anteriormente se viram outras muito bonitas. Ainda bem que já apareces nas fotos para vermos se continuas com Churrascos ou com caminhadas e farnelzinho.
Um abraço e boa viagem
Cândido
Como é, os asados fizeram-te mal?
Há 6 dias em Calafate e nada de dar ao teclado?
Pois já me esquecia que estás reformado. Eh... Eh...
Um Abraço
Nuno Feliz
Caro Tone (eh eh eh) á falta de fotos das pessoas que vais encontrando começas a aparecer nas tuas próprias fotografias...
Sabe-la toda...:)
Mira hombre ainda podes comer uns asaditos porque para chegares às medidas do Seca ou às minhas ainda terás de trabalhar muito. Mas vais no bom caminho!
Não dês ouvidos àqueles que te pedem para trazer descendência. São uns invejosos. O que eles não davam para estar no teu lugar.
Ainda tens muito mundo para ver antes de te preocupares com as mudanças de fraldas e e aquecimento de biberões.
Vai dando umas bicadas sempre que possas mas não deites por terra todos estes anos de "sacrifício"...
Bora lá curtir que esta vida são dois dias.
Um abraço de um viajante de sofá.
Sinto-me um verdadeiro treinador de bancada, Dass!
Rais parta o Aero Milhões que não há maneira de sair.
Foi bem feito não terem tido o Dakar este ano.
Se tivessem acertado nos meus números nada disto teria acontecido...
Mustafá (Um Marroquino da margem norte)
Boas Queirós
Saiu uma pequena notícia sobre a tua epopeia com foto da mota e tudo na Damoto deste mês.
Tás a ficar célebre...
pl
Queiroz
Você é fera, cara !!! Rodar mais de 14.000 quilometros nestes três meses de passeio? Isso é realmente um grande feito. Não te apresses em arrumar descendência. Namorar é bom, mas sem compromisso. Aproveite cada momento de sua viagem. Certamente seráo lugares que você não passará outra vez. Guarde bem todas as imagens. Vale cada momento. Felicidades. Franco
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