O verde da Irlanda e da Escócia – 3 a 29/06/05
As Terras Altas da Escócia e as planícies da Irlanda são destinos de eleição.
Há já alguns anos que desejava ir até à Irlanda e, principalmente, à Escócia.
Após conversar com alguns amigos para saber se algum estaria na disposição de alinhar comigo vi que teria de seguir só. Por esta ou aquela razão, nenhum tinha disponibilidade para ir na ocasião que eu queria, nem noutra altura senão até iria com eles.
Organizei tudo para sair no início de Junho de modo a poder participar no encontro do “Horizons Unlimited” no final do mês para ouvir as histórias das viagens que se fazem pelo mundo fora. Também queria gastar as libras que tinha deixado numa conta no ano anterior já que o cartão que tinha iria caducar no final do mês.
Dia 3, sexta-feira, fui até Bilbao e fiquei em casa de um casal amigo que tinha conhecido ao fazer o caminho de Santiago. Foi um fim-de–semana a recordar as peripécias do “Caminho”.
Em vez de ir de barco até Inglaterra atravessei a França de moto e como passava perto do Monte de S. Michel resolvi fazer um desvio para uma visita. É uma ilhota junto à costa, com um mosteiro e uma vila medieval. Agora é um centro turístico-comercial.
Com a chuva que caía desde o meio da manhã fui seguindo para Cherbourg para apanhar o barco. Um camião despistado e com o reboque atravessado na auto-estrada fez-me estar parado quase duas horas. Pensei que não iria chegar a tempo. O barco saía às seis da tarde e só dois dias depois haveria outro. Pensei que dava para dormir nas cadeiras, mas a noite custou a passar. Devia ter arranjado uma cabina.
Às 11 da manhã do dia seguinte já rolava por terras da República da Irlanda. O céu estava nublado mas não chovia. Há várias placas de trânsito a lembrar que a condução é pelo lado esquerdo. Sigo em velocidade moderada para apreciar a paisagem e ver para que lado hei-de ir. Vou em direcção a Cork por uma estradinha na margem do rio e aproveito para tirar as primeiras fotos.
Com a chuva que caía desde o meio da manhã fui seguindo para Cherbourg para apanhar o barco. Um camião despistado e com o reboque atravessado na auto-estrada fez-me estar parado quase duas horas. Pensei que não iria chegar a tempo. O barco saía às seis da tarde e só dois dias depois haveria outro. Pensei que dava para dormir nas cadeiras, mas a noite custou a passar. Devia ter arranjado uma cabina.
Às 11 da manhã do dia seguinte já rolava por terras da República da Irlanda. O céu estava nublado mas não chovia. Há várias placas de trânsito a lembrar que a condução é pelo lado esquerdo. Sigo em velocidade moderada para apreciar a paisagem e ver para que lado hei-de ir. Vou em direcção a Cork por uma estradinha na margem do rio e aproveito para tirar as primeiras fotos.
Ao fim da tarde acampo em Killarney. O restaurante já estava fechado e pela primeira vez tenho de cozinhar. Não saiu mal de todo.
O parque natural de Killarney deixou-me saudades. Ainda fui andar um pouco à volta de um lago mas era uma volta muito longa e regressei à moto.
O parque natural de Killarney deixou-me saudades. Ainda fui andar um pouco à volta de um lago mas era uma volta muito longa e regressei à moto.
Quando tento passar pelo “Gap of Dunloe”, uma passagem de montanha, engano-me e vou por uma estrada sem saída até um lago de água muito escura. Na estrada há bastante gente a andar a pé.
O circuito pela península de Beara é muito agradável. Ainda atravessei o Healy Pass que é espectacular. As estradas são boas e não há muito movimento.
Em Glin - antes de Limerick - fico no primeiro B&B. É caro (35€) e não é nada do que li e me disseram. Não se conhece família nenhuma e apenas me dizem onde é o quarto e a que horas é o pequeno-almoço.
Em Limerick a igreja e o castelo são interessantes. O único sítio para estacionar era à porta do tribunal e quando regressei, devia haver algum intervalo, havia muitas pessoas engravatadas cá fora e que ficaram a olhar admiradas, talvez por causa da matrícula diferente, quando peguei na moto.
Continuei até Cliffs of Moher. São umas falésias um pouco parecidas com a nossa zona de Sagres.
O circuito pela península de Beara é muito agradável. Ainda atravessei o Healy Pass que é espectacular. As estradas são boas e não há muito movimento.
Em Glin - antes de Limerick - fico no primeiro B&B. É caro (35€) e não é nada do que li e me disseram. Não se conhece família nenhuma e apenas me dizem onde é o quarto e a que horas é o pequeno-almoço.
Em Limerick a igreja e o castelo são interessantes. O único sítio para estacionar era à porta do tribunal e quando regressei, devia haver algum intervalo, havia muitas pessoas engravatadas cá fora e que ficaram a olhar admiradas, talvez por causa da matrícula diferente, quando peguei na moto.
Continuei até Cliffs of Moher. São umas falésias um pouco parecidas com a nossa zona de Sagres.
A zona costeira de Burren é uma região rochosa onde se vêem algumas flores a crescer nos buracos das rochas e que me faziam pensar como conseguiam sobreviver assim.
Vou até Kilmacduagh ver as ruínas de um mosteiro que se revelam interessantes. Uma torre de vigia, com doze metros de altura, ainda se mantém em boas condições desde a idade média.
No parque de campismo em Barna apanhei com um austríaco ressonador mesmo ao meu lado. Eu bem tinha estranhado ele não ter montado a tenda ao pé dos outros.
Sigo pela região de Connemara. Vêem-se tractores com rodas em duplicado. Vou ver o que é e experimento andar um pouco naquele terreno e vejo que é muito brando. São turfeiras. São zonas meio pantanosas em que a erva é muito densa e com a terra forma uma lama que depois de seca fica porosa e serve para queimar para aquecimento. Também para aquecer a cevada para fazer o uísque, como vim a saber mais tarde.
A visita a Kylemore Abbey fica para outra ocasião, pois acho que é cara – 11€.
Vou até Kilmacduagh ver as ruínas de um mosteiro que se revelam interessantes. Uma torre de vigia, com doze metros de altura, ainda se mantém em boas condições desde a idade média.
No parque de campismo em Barna apanhei com um austríaco ressonador mesmo ao meu lado. Eu bem tinha estranhado ele não ter montado a tenda ao pé dos outros.
Sigo pela região de Connemara. Vêem-se tractores com rodas em duplicado. Vou ver o que é e experimento andar um pouco naquele terreno e vejo que é muito brando. São turfeiras. São zonas meio pantanosas em que a erva é muito densa e com a terra forma uma lama que depois de seca fica porosa e serve para queimar para aquecimento. Também para aquecer a cevada para fazer o uísque, como vim a saber mais tarde.
A visita a Kylemore Abbey fica para outra ocasião, pois acho que é cara – 11€.
Vou seguindo para norte e fico em Sligo. O parque de campismo fica junto a uma praia. Ao final da tarde, já perto das onze horas ainda dia, e apesar de estar um vento um pouco frio ainda há meia dúzia de surfistas na água.
Desci até Roscommon. Depois um desvio até Clonmacnoise, onde havia umas ruínas interessantes. À saída havia um sinal de trânsito a recordar que se conduzia pela esquerda.
Ao chegar a Dublin o trânsito era uma loucura, não me lembrei que era domingo e como era já o final da tarde, carros e mais carros.
Na circunvalação à cidade há uma ponte que tem portagem. Quando chego lá encosto-me à via da direita para pagar, só que não era esta via, era a da esquerda. Já não me lembro porquê.
Mas porque é que estes gajos não andam pela direita como as pessoas??? Tentei fazer recuar a moto mas estava muito pesada e não consegui. Tive de desmontar e atravessar duas faixas. Ninguém buzinou ou fez barulho, povo pacífico. Se calhar por ser estrangeiro!
Procurei um parque de campismo que já não existia. Fiquei em mais um B&B em Greystones, a sul de Dublin, pois estava quase tudo cheio.
Depois de jantar fui a um “pub” para beber um copo e estranhei ver pouca gente. Se calhar é por ser domingo à noite - pensei. Entretanto ouvi palmas no final de uma música, numa sala ao lado. Mais uma música e mais palmas. Também fui para lá. Haia um grupo a tocar ao vivo. Foi muito fixe!
Uma visita a Dublin fica para outra ocasião, até porque não gosto muito de cidades grandes.
Em Newgrange parei para visitar um monumento pré-histórico mas o acesso era só em mini autocarros. Lá fui no meio de muitos “estrangeiros” de todo o lado. Uma construção tipo anta, coberta com um monte de terra. O túnel de entrada tinha uma pequena janela que apenas no solstício de Inverno deixava a luz do Sol, ao amanhecer, atingir a sala interior.
Já havia mais de dez mil pessoas em lista de espera para ir ver esse raio de Sol num espaço onde caberiam doze a quinze pessoas de cada vez. E se tivessem a sorte de não haver nuvens, o que na Irlanda não é fácil. Ainda mais de Inverno.
Fiquei num B&B antes da fronteira com a Irlanda do Norte pois estava a começar a chover e já anoitecia. Além disso não tinha libras.
Só notei a passagem da fronteira pelas matrículas dos carros.
Ao início da tarde a chuva parou e eu aproveitei e parei, também, para comer alguma coisa do que levava. Estava a entrar nas Sperrin Moutains e não sabia quando encontraria outro lugar propício. Subi até à costa e fui rolando até à Giant’s Causeway, a Calçada do Gigante. A calçada é constituida por milhares de colunas de pedra hexagonais, havendo também, mas muito poucas, com quatro, cinco, oito e até dez lados. Têm cerca de 30 cm de largura. Diz uma lenda que foi construida por um gigante, Finn MacCool, para lutar com um gigante escocês, Benandonner. Ao chegar à Escócia viu que este era muito maior do que ele e regressou a casa sem lutar, mas o escocês queria luta e foi atrás dele. A mulher de Finn assim que viu o escocês à distância vestiu o marido como um bebé e pô-lo numa cama. Quando o escocês chegou ela disse-lhe que o marido tinha ido à caça e convidou-o a esperar por ele. Entretanto mostrou-lhe o “bebé” que tinha. O gigante escocês quando viu o tamanho entrou em choque e pensou: “se o bebé tem este tamanho, como será o pai?”. Com medo voltou a casa e foi destruindo a calçada para não ser seguido. Ainda hoje há duas pontas da calçada, uma na costa da Irlanda e outra na caverna de Fingal, na ilha escocesa de Staffa.
Desci até Roscommon. Depois um desvio até Clonmacnoise, onde havia umas ruínas interessantes. À saída havia um sinal de trânsito a recordar que se conduzia pela esquerda.
Ao chegar a Dublin o trânsito era uma loucura, não me lembrei que era domingo e como era já o final da tarde, carros e mais carros.
Na circunvalação à cidade há uma ponte que tem portagem. Quando chego lá encosto-me à via da direita para pagar, só que não era esta via, era a da esquerda. Já não me lembro porquê.
Mas porque é que estes gajos não andam pela direita como as pessoas??? Tentei fazer recuar a moto mas estava muito pesada e não consegui. Tive de desmontar e atravessar duas faixas. Ninguém buzinou ou fez barulho, povo pacífico. Se calhar por ser estrangeiro!
Procurei um parque de campismo que já não existia. Fiquei em mais um B&B em Greystones, a sul de Dublin, pois estava quase tudo cheio.
Depois de jantar fui a um “pub” para beber um copo e estranhei ver pouca gente. Se calhar é por ser domingo à noite - pensei. Entretanto ouvi palmas no final de uma música, numa sala ao lado. Mais uma música e mais palmas. Também fui para lá. Haia um grupo a tocar ao vivo. Foi muito fixe!
Uma visita a Dublin fica para outra ocasião, até porque não gosto muito de cidades grandes.
Em Newgrange parei para visitar um monumento pré-histórico mas o acesso era só em mini autocarros. Lá fui no meio de muitos “estrangeiros” de todo o lado. Uma construção tipo anta, coberta com um monte de terra. O túnel de entrada tinha uma pequena janela que apenas no solstício de Inverno deixava a luz do Sol, ao amanhecer, atingir a sala interior.
Já havia mais de dez mil pessoas em lista de espera para ir ver esse raio de Sol num espaço onde caberiam doze a quinze pessoas de cada vez. E se tivessem a sorte de não haver nuvens, o que na Irlanda não é fácil. Ainda mais de Inverno.
Fiquei num B&B antes da fronteira com a Irlanda do Norte pois estava a começar a chover e já anoitecia. Além disso não tinha libras.
Só notei a passagem da fronteira pelas matrículas dos carros.
Ao início da tarde a chuva parou e eu aproveitei e parei, também, para comer alguma coisa do que levava. Estava a entrar nas Sperrin Moutains e não sabia quando encontraria outro lugar propício. Subi até à costa e fui rolando até à Giant’s Causeway, a Calçada do Gigante. A calçada é constituida por milhares de colunas de pedra hexagonais, havendo também, mas muito poucas, com quatro, cinco, oito e até dez lados. Têm cerca de 30 cm de largura. Diz uma lenda que foi construida por um gigante, Finn MacCool, para lutar com um gigante escocês, Benandonner. Ao chegar à Escócia viu que este era muito maior do que ele e regressou a casa sem lutar, mas o escocês queria luta e foi atrás dele. A mulher de Finn assim que viu o escocês à distância vestiu o marido como um bebé e pô-lo numa cama. Quando o escocês chegou ela disse-lhe que o marido tinha ido à caça e convidou-o a esperar por ele. Entretanto mostrou-lhe o “bebé” que tinha. O gigante escocês quando viu o tamanho entrou em choque e pensou: “se o bebé tem este tamanho, como será o pai?”. Com medo voltou a casa e foi destruindo a calçada para não ser seguido. Ainda hoje há duas pontas da calçada, uma na costa da Irlanda e outra na caverna de Fingal, na ilha escocesa de Staffa.
Ainda pensei visitar a destilaria de Bushmills mas já tinha fechado, passava das 5 da tarde.
Em Carrick-a-rede há uma ponte de corda para visitar uma ilhota, cheia de aves e onde se pesca o salmão. A ponte, com 20 metros, fica a uma altura razoável, 25 metros acima da água.
Com a tarde a chegar ao fim comecei a procurar onde dormir mas não encontrava parques de campismo. Só para caravanas ou roulotes. Os B&B estavam cheios ou sem quartos simples e eram caros. Fui seguindo sempre por uma estradinha espectacular junto da costa até Larne, onde encontrei um B&B jeitoso. Aqui foi o único sítio onde o hospedeiro esteve a falar comigo durante um pedaço. De tudo um pouco, até das corridas de motos em Portrush – tipo ilha de Man, que por azar meu tinham sido na semana anterior. Nunca tinha ouvido falar. Na verdade ao passar em Portrush tinha reparado que algumas ruas tinham os bordos dos passeios pintados de branco e vermelho, como nos circuitos, e pensei que seria parte de um circuito citadino.
No dia seguinte atravessei para a Escócia, cerca de duas horas de viagem.
Em Carrick-a-rede há uma ponte de corda para visitar uma ilhota, cheia de aves e onde se pesca o salmão. A ponte, com 20 metros, fica a uma altura razoável, 25 metros acima da água.
Com a tarde a chegar ao fim comecei a procurar onde dormir mas não encontrava parques de campismo. Só para caravanas ou roulotes. Os B&B estavam cheios ou sem quartos simples e eram caros. Fui seguindo sempre por uma estradinha espectacular junto da costa até Larne, onde encontrei um B&B jeitoso. Aqui foi o único sítio onde o hospedeiro esteve a falar comigo durante um pedaço. De tudo um pouco, até das corridas de motos em Portrush – tipo ilha de Man, que por azar meu tinham sido na semana anterior. Nunca tinha ouvido falar. Na verdade ao passar em Portrush tinha reparado que algumas ruas tinham os bordos dos passeios pintados de branco e vermelho, como nos circuitos, e pensei que seria parte de um circuito citadino.
No dia seguinte atravessei para a Escócia, cerca de duas horas de viagem.
Ao passar no Galloway Forest Park estive a conversar com um sujeito que me disse que o Álvaro Cunhal tinha morrido. Eu não sabia pois não ouvia notícias há vários dias e não era um assunto de primeira página. A Raider’s Road, uma estrada utilizada numa retirada após uma batalha há muitos anos, é um caminho de terra com perto de 25 quilómetros. A meio tem uma portagem de 2£.
Fui seguindo sempre até Balloch, mais a norte, e o único parque de campismo que vi não aceitava tendas e já estava outra vez a chuviscar. Tive de contornar a montanha e ir até Luss, mais uns 15 kms. Quando comecei a montar a tenda ia entrando em desespero. O parque era mesmo na margem do Loch Lomond – chamam “loch” aos lagos - e os mosquitos eram mais que muitos. Pareciam nuvens à minha volta. Foi um castigo para montar a tenda. Tive de vestir um casaco e pôr o capuz fechado só com um pequeno espaço para os olhos mas mesmo assim era impossível. Tinha de me afastar da tenda e vir a correr para despistar os mosquitos mas eles não demoravam nada a atacar. Só me apetecia berrar. Não se via ninguém fora das tendas ou roulotes. Um casal num carro fartava-se de rir ao ver-me a fugir dos mosquitos.
E para cozinhar? Nem sei quantos comi!!!
E para cozinhar? Nem sei quantos comi!!!
Na manhã seguinte ao passar em Inveraray, como estava a chuviscar, ainda pensei em visitar o castelo, só que quando cheguei lá vi dois autocarros a despejar gente na entrada e desisti logo.
Fui até à península de Kintyre. As povoações junto ao mar são muito bonitas, com algumas casas pintadas de cores vivas e outras mais escuras. Dava um contraste que regalava a vista.
A margem do Loch Awe (lê-se ó) é muito bonita. A estrada é estreita e serpenteia encosta acima e abaixo no meio da verdura. De vez em quando lá se vê uma cascata com a sua água acastanhada. Por aqui todos os rios têm a água castanha, a terra é muito escura.
Parei em Crunachy para acampar. O recepcionista que também era o gasolineiro na bomba ao lado disse-me que havia uma máquina que chupava os mosquitos. Realmente os mosquitos eram muitos e nem um repelente que eu tinha comprado de manhã fazia nuito efeito. Já me tinham dito em Luss que na costa oeste da Escócia havia muitos mosquitos (midgs) e que na costa leste também havia, mas muito menos.
Fui até à península de Kintyre. As povoações junto ao mar são muito bonitas, com algumas casas pintadas de cores vivas e outras mais escuras. Dava um contraste que regalava a vista.
A margem do Loch Awe (lê-se ó) é muito bonita. A estrada é estreita e serpenteia encosta acima e abaixo no meio da verdura. De vez em quando lá se vê uma cascata com a sua água acastanhada. Por aqui todos os rios têm a água castanha, a terra é muito escura.
Parei em Crunachy para acampar. O recepcionista que também era o gasolineiro na bomba ao lado disse-me que havia uma máquina que chupava os mosquitos. Realmente os mosquitos eram muitos e nem um repelente que eu tinha comprado de manhã fazia nuito efeito. Já me tinham dito em Luss que na costa oeste da Escócia havia muitos mosquitos (midgs) e que na costa leste também havia, mas muito menos.
Quando saí pela manhã estava um sol radioso. Havia algumas nuvens que pareciam nascer das montanhas.
O azul do céu, a brancura das nuvens e o verde das montanhas criavam um conjunto de cores que eram uma maravilha.
A entrada nas “Highlands” pelo Glen Coe valeu a pena. É uma paisagem espectacular.
O azul do céu, a brancura das nuvens e o verde das montanhas criavam um conjunto de cores que eram uma maravilha.
A entrada nas “Highlands” pelo Glen Coe valeu a pena. É uma paisagem espectacular.
Um folheto que tinha recolhido no parque de campismo tinha informações sobre o comboio dos jacobitas que passa no viaduto de Glenfinnan e pelos cálculos que fiz daria para ver a passagem a meio da tarde. É um antigo comboio a vapor que só faz viagens para turistas. Foi neste viaduto e com este comboio que foram filmadas algumas cenas do “Hogwart Express” nos filmes do Harry Potter. Quando cheguei já havia muita gente de máquina em punho. O viaduto ficava um pouco longe. Passados uns minutos lá veio o comboio. Cheguei mesmo a tempo.
Segui até ao castelo de Eilean Donan, mas já estava fechado. Foi aqui que filmaram parte de “HIGHLANDER”, Duelo Imortal.
Acampei um pouco mais à frente, em Balmacara. Começou a chuviscar mas ainda consegui montar a tenda antes que começasse a chover mais a sério. Os mosquitos continuam mas um pouco menos.
Em Kye of Localsh, antes de ir à ilha de Skye, fui procurar uma loja para descarregar as fotos das memórias. Não encontrei nenhuma e pensei que teria de reduzir o número de fotos.
Ao início da tarde começou a chover e aproveitei para visitar o castelo de Dunvegan. É do clã MacLeod desde o século XI. Tem lá uns farrapos de uma das primeiras bandeiras do clã. Um talismã.
Ao final da tarde arranjei a descarregar as fotos. Acabei por ficar no mesmo parque em Balmacara, pois a volta à ilha durou o dia todo. Encontrei um motociclista inglês que me aconselhou a visitar a aldeia de Applecross, junto ao mar. Como não era longe da rota planeada, iria dar uma vista de olhos.
De manhã o tempo estava à boa maneira da Escócia. O céu muito carregado de nuvens e uma chuva muito fininha que de vez em quando aparecia.
Fui rolando em direcção a Applecross e o tempo amainou. Quando comecei a subir uma montanha, pois a aldeia ficava do outro lado junto ao mar, reparei que estava nevoeiro a partir de certa altura mas pensei que não seria nada de mais. Puro engano. À medida que ia subindo cada vez ficava mais cerrado e mal se via meia dúzia de metros à frente. Ia sempre com receio de que aparecesse alguém de frente, como ia aparecendo mas pouco, e eu caísse. Felizmente correu tudo bem e ao começar a descer já só pensava que se houvesse necessidade de recuar para um baía de cruzamento ia ser o cabo dos trabalhos. Por aqui há muitas estradas só com uma faixa de rodagem e de longe a longe têm um alargamento para os cruzamentos ou ultrapassagens. Quando alguém se aproxima de um outro veículo este encosta e deixa passar. Também fazia isso. Ao nível do mar não havia nevoeiro e pude apreciar a aldeia que não me pareceu assim tão bonita como estava à espera. O regresso foi pelo mesmo caminho.
Em Kye of Localsh, antes de ir à ilha de Skye, fui procurar uma loja para descarregar as fotos das memórias. Não encontrei nenhuma e pensei que teria de reduzir o número de fotos.
Ao início da tarde começou a chover e aproveitei para visitar o castelo de Dunvegan. É do clã MacLeod desde o século XI. Tem lá uns farrapos de uma das primeiras bandeiras do clã. Um talismã.
Ao final da tarde arranjei a descarregar as fotos. Acabei por ficar no mesmo parque em Balmacara, pois a volta à ilha durou o dia todo. Encontrei um motociclista inglês que me aconselhou a visitar a aldeia de Applecross, junto ao mar. Como não era longe da rota planeada, iria dar uma vista de olhos.
De manhã o tempo estava à boa maneira da Escócia. O céu muito carregado de nuvens e uma chuva muito fininha que de vez em quando aparecia.
Fui rolando em direcção a Applecross e o tempo amainou. Quando comecei a subir uma montanha, pois a aldeia ficava do outro lado junto ao mar, reparei que estava nevoeiro a partir de certa altura mas pensei que não seria nada de mais. Puro engano. À medida que ia subindo cada vez ficava mais cerrado e mal se via meia dúzia de metros à frente. Ia sempre com receio de que aparecesse alguém de frente, como ia aparecendo mas pouco, e eu caísse. Felizmente correu tudo bem e ao começar a descer já só pensava que se houvesse necessidade de recuar para um baía de cruzamento ia ser o cabo dos trabalhos. Por aqui há muitas estradas só com uma faixa de rodagem e de longe a longe têm um alargamento para os cruzamentos ou ultrapassagens. Quando alguém se aproxima de um outro veículo este encosta e deixa passar. Também fazia isso. Ao nível do mar não havia nevoeiro e pude apreciar a aldeia que não me pareceu assim tão bonita como estava à espera. O regresso foi pelo mesmo caminho.
Na estrada para Ullapool há um miradouro sobre o vale que é fantástico. Vi no mapa e valeu a pena fazer aquele pequeno desvio. Penso que o sol que fazia me fez achar Ullappol uma cidade bonita. Mas era realmente bonita.
Continuei por ali fora até que cheguei à costa leste. O tempo continuava bom e fui até ao castelo de Dunrobin. Como sempre, cheguei depois da hora mas ainda fui dar uma volta pelos jardins que são maravilhosos. Na saída ainda vi coelhos, e não eram poucos, a correr pela erva.
Em Dornoch Firth foi o ponto mais o Norte onde acampei.
Neste dia comecei a descer em direcção a Sul. Num dos lagos vi algumas focas, pelo menos acho que eram. Se fosse no Loch Ness ainda poderia ser a famosa e esquiva Nessie.
Fui dar a volta ao Loch Ness para ver se ainda tinha uma hipótese de o monstro aparecer mas não tive essa sorte. Fort Augustus é uma cidade interessante. Parei um pouco para dar uma volta e relaxar.
No regresso vim pela montanha e aí já achei a paisagem espectacular. Viam-se espaços castanhos e verdes de vários tons pela montanha fora que até parecia um camuflado do exército.
Passei junto a uma ponte medieval muito semelhante às que temos por cá e pouco mais à frente fui ver a queda de água de Foyers que é digna de uma visita. Pouco depois passei numa pequena floresta que tinha umas cores formidáveis junto de um riacho. Era a humidade que fazia crescer aquele musgo muito verde nas árvores e mesmo o solo estava coberto de verde. Achei lindo!
Inverness é no coração da Escócia e só por isso entrei na cidade para caminhar um pouco.
Continuei por ali fora até que cheguei à costa leste. O tempo continuava bom e fui até ao castelo de Dunrobin. Como sempre, cheguei depois da hora mas ainda fui dar uma volta pelos jardins que são maravilhosos. Na saída ainda vi coelhos, e não eram poucos, a correr pela erva.
Em Dornoch Firth foi o ponto mais o Norte onde acampei.
Neste dia comecei a descer em direcção a Sul. Num dos lagos vi algumas focas, pelo menos acho que eram. Se fosse no Loch Ness ainda poderia ser a famosa e esquiva Nessie.
Fui dar a volta ao Loch Ness para ver se ainda tinha uma hipótese de o monstro aparecer mas não tive essa sorte. Fort Augustus é uma cidade interessante. Parei um pouco para dar uma volta e relaxar.
No regresso vim pela montanha e aí já achei a paisagem espectacular. Viam-se espaços castanhos e verdes de vários tons pela montanha fora que até parecia um camuflado do exército.
Passei junto a uma ponte medieval muito semelhante às que temos por cá e pouco mais à frente fui ver a queda de água de Foyers que é digna de uma visita. Pouco depois passei numa pequena floresta que tinha umas cores formidáveis junto de um riacho. Era a humidade que fazia crescer aquele musgo muito verde nas árvores e mesmo o solo estava coberto de verde. Achei lindo!
Inverness é no coração da Escócia e só por isso entrei na cidade para caminhar um pouco.
No parque de campismo converso um pouco com duas moças alemãs que também andavam de moto a percorrer a Escócia. O parque é agradável e até nem foi caro. Só é pena que, como quase todos, não tenha um supermercado ou até um pequeno bar para se poder beber um copo. No final da manhã, depois de ter rolado por uma estrada agradável mas com muito movimento, fui visitar a Glenfiddich, em Dufftown. Estava na região das destilarias e não podia perder a oportunidade. Não sou um apreciador de whisky mas foi interessante conhecer esta fábrica
Vou acompanhando o rio Dee enquanto entro nas Grampian Mountains. É uma região muito bonita com os vales arredondados cobertos de erva muito verde. Não há muitas árvores.
Pensei em ficar por aqui mas não encontrei nem parque de campismo nem B&B. Tive de continuar e ir apreciando a paisagem nas calmas e sem grandes paragens pois não queria andar de noite. A passagem pelo Devil’s Elbow e logo a seguir o Glen Shee são espaços que deixam pena ter tão pouco tempo para tanta beleza.
Só em Pitlochry, arredores, encontro um parque e ainda por cima o mais caro até agora, 13.60£. Mas já estava a cair a noite!
Passei pela Queen’s View, realmente é uma vista magnífica sobre o Loch Tummel. Contornei este lago e em Aberfeldy fui visitar mais uma destilaria de whisky, a Dewar’s.
Continuei a descida pelo Loch Tay, agora com o objectivo de chegar a Edimburgo. Passei para a margem esquerda do rio Forth pois queria ir observar a Forth Bridge. É uma espectacular ponte ferroviária construída ainda no século XIX. Só foi pena estar em obras. Na ponte rodoviária sentia-se uma vibração forte quando passavam os camiões.
Pensei em ficar por aqui mas não encontrei nem parque de campismo nem B&B. Tive de continuar e ir apreciando a paisagem nas calmas e sem grandes paragens pois não queria andar de noite. A passagem pelo Devil’s Elbow e logo a seguir o Glen Shee são espaços que deixam pena ter tão pouco tempo para tanta beleza.
Só em Pitlochry, arredores, encontro um parque e ainda por cima o mais caro até agora, 13.60£. Mas já estava a cair a noite!
Passei pela Queen’s View, realmente é uma vista magnífica sobre o Loch Tummel. Contornei este lago e em Aberfeldy fui visitar mais uma destilaria de whisky, a Dewar’s.
Continuei a descida pelo Loch Tay, agora com o objectivo de chegar a Edimburgo. Passei para a margem esquerda do rio Forth pois queria ir observar a Forth Bridge. É uma espectacular ponte ferroviária construída ainda no século XIX. Só foi pena estar em obras. Na ponte rodoviária sentia-se uma vibração forte quando passavam os camiões.
Fiquei em Peebles, que é uma terra pequenina, pois a tarde já estava no fim e o parque até é jeitoso.
Nesta viagem, dentro do parque, caí pela primeira vez. Quando ia para a zona das tendas ao fazer uma curva o motor foi abaixo, pois ia muito devagar. De manhã, ainda no parque, foi outro tombo. Só que desta vez apenas a moto caiu. O vento não estava forte mas pode ter havido uma rajada e como a moto só tinha a mala do lado direito desequilibrou-se e tombou.
Tinha lido que por ali havia uns pontos com vistas interessantes pelo que segui pelo Tweed Valley até à Scott’s View. É um sítio em que o escritor, de Ivanhoe entre outros livros, Sir Walter Scott ia descansar e inspirar-se para as suas obras. Mais à frente estava imponente a estátua de William Wallace, herói escocês que lutou pela independência da Escócia.
Em Carlisle segui para a zona oeste, atravessei o Lake District National Park e desci por Windermere em direcção a Ripley, perto de Nottingham. Aqui havia o Horizons Unlimited Meeting, o encontro de viajantes onde queria participar.
Este fim-de-semana foi para descansar e ouvir umas histórias dos viajantes que têm andado por esse mundo fora, de moto. Estes encontros do Horizons Unlimited servem para conhecer muita gente e ouvir e ver apresentações de viagens que estas pessoas fazem por todo o mundo.
No domingo a seguir ao almoço, como não havia mais apresentações, segui para Epsom a sul de Londres. Fiz um pequeno desvio para ir ao Ace Café beber um copo e tirar uma foto com a moto à frente do café pois já lá tinha estado mas sem ser de moto.
Nesta viagem, dentro do parque, caí pela primeira vez. Quando ia para a zona das tendas ao fazer uma curva o motor foi abaixo, pois ia muito devagar. De manhã, ainda no parque, foi outro tombo. Só que desta vez apenas a moto caiu. O vento não estava forte mas pode ter havido uma rajada e como a moto só tinha a mala do lado direito desequilibrou-se e tombou.
Tinha lido que por ali havia uns pontos com vistas interessantes pelo que segui pelo Tweed Valley até à Scott’s View. É um sítio em que o escritor, de Ivanhoe entre outros livros, Sir Walter Scott ia descansar e inspirar-se para as suas obras. Mais à frente estava imponente a estátua de William Wallace, herói escocês que lutou pela independência da Escócia.
Em Carlisle segui para a zona oeste, atravessei o Lake District National Park e desci por Windermere em direcção a Ripley, perto de Nottingham. Aqui havia o Horizons Unlimited Meeting, o encontro de viajantes onde queria participar.
Este fim-de-semana foi para descansar e ouvir umas histórias dos viajantes que têm andado por esse mundo fora, de moto. Estes encontros do Horizons Unlimited servem para conhecer muita gente e ouvir e ver apresentações de viagens que estas pessoas fazem por todo o mundo.
No domingo a seguir ao almoço, como não havia mais apresentações, segui para Epsom a sul de Londres. Fiz um pequeno desvio para ir ao Ace Café beber um copo e tirar uma foto com a moto à frente do café pois já lá tinha estado mas sem ser de moto.
Em Epsom fiquei em casa de um casal amigo que tinha conhecido quando estive aí a trabalhar no ano anterior. Aproveitei a segunda-feira para descansar e revisitar a cidade.
No dia seguinte começo o regresso a casa. Para vir por uma estrada diferente vou até Dover e atravesso para Calais. Ao entrar no porto deveria haver algum problema pois o barco esteve mais de uma hora parado à entrada. Quando saí para a estrada já era o início da tarde.
Fiquei antes de Le Mans e no dia seguinte continuei até casa.
Saí de manhã cedo e cheguei pelas duas da manhã.
No dia seguinte começo o regresso a casa. Para vir por uma estrada diferente vou até Dover e atravesso para Calais. Ao entrar no porto deveria haver algum problema pois o barco esteve mais de uma hora parado à entrada. Quando saí para a estrada já era o início da tarde.
Fiquei antes de Le Mans e no dia seguinte continuei até casa.
Saí de manhã cedo e cheguei pelas duas da manhã.
Caro Queirós,
ResponderEliminarDeliciei-me com esta sua viagem, estou ansioso por fazê-la e como é bom viajar de mota, absorvendo cada momento de liberdade único e pessoal.
Melhores cumprimentos
João Amaral
estou aqui no Brasil de boaca aberta com sua viagem na Irlanda, estou planejando uma viagem de moto em volta da ilha irlandesa no ano que vem.
ResponderEliminarparabéns pela aventura.
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
ResponderEliminarVou viajar mais consigo. envie suas impressões sobre História e Arte dos locais por onde passa.
ResponderEliminarMuito obrigado, Boa Viagem e um Bom Ano de 2010.
Cumprimentos e Obrigado
Boa tarde, gostei de ler a sua viagem, eu tambem viajo pela Europa de moto
ResponderEliminara minha pagina : https://www.facebook.com/As-Voltas-do-Z%C3%A9-300279360168951/timeline
e para o ano estou a pensar em ir visitar o reino unido e irlanda, e tenho umas duvidas sobre os ferrys a apanhar, será que é possivel esclarecer algumas?
Obgrigado pela atenção e aguardo uma resposta,
José Miguel