quarta-feira, julho 29, 2009

Está na hora de dizer adeus ao Alasca

Após a visita ao norte impunha-se uma ida para sul.
O Denali National Park & Preserve fica em caminho e resolvi parar para ir ver o monte McKinley, o mais alto da América do Norte.
Fiz uns trilhos dentro do parque mas em dois deles, o Rock Creek e o Road Side, só se anda pelo meio de árvores e não se vê nada, apenas árvores. O do monte Healey também tem grande parte do trilho no meio de árvores mas no topo do monte pode-se ver o vale do rio Nenana e é uma maravilha.
Para ver o monte Mckinley foi preciso pagar para ir num dos autocarros que podem entrar no interior do parque, até às noventa milhas, pois os particulares apenas podem ir até às quinze milhas e não se vê grande coisa.
Foram perto de onze horas de viagem que até foram interessantes. Deu para ver alguns animais mas quase todos bastante longe.

Nalguns pontos a paisagem também era espectacular.

No centro Eielson já se poderia ver o monte Mckinley mas como será costume ele estava coberto de nuvens. Havia lá uma estatística dizendo que nem 20 por cento dos dias no ano era possível ver o monte completamente livre de nuvens, quase sempre estava meio ou totalmente encoberto. Tive a pouca sorte de estar encoberto.
Ainda fui até ao lago Wonder mas não era nada de especial. No regresso o monte já estava mais claro mas mesmo assim não se via.

Continuei para Anchorage. A estrada passa por sítios bem interessantes.
Ao chegar a Cantwell meti pela estrada nº. 8 pois um casal tinha-me dito que o percurso era muito bonito, apesar de a estrada ser de gravilha e eles acharem que era má. Realmente aqueles cerca de vinte quilómetros que fiz passavam por um vale muito bonito. Resolvi voltar atrás porque a estrada levava-me para muito longe do meu destino.
Em Anchorage os parques de campismo são só para caravanas e os motéis são muito caros. Resolvi ir seguindo para Homer, a cidade lá mais para sul.Também neste trajecto a estrada segue ao longo de paisagens fantásticas. Primeiro ao longo do mar, mas nesta zona o vento de frente era terrível,

e depois pelo interior de um vale muito aberto e verde.

Perto de Homer começou a chuviscar. Tinham-me dito que a cidade não era nada de especial mas que depois de atravessar uma colina se via a cidade ao fundo e era de perder a respiração. Infelizmente fiquei na mesma quando cheguei ao miradouro. A chuva tinha aumentado e não se via quase nada.


Dei uma volta pela cidade e continuei até ao fim da estrada numa pequena ponta de terra que ia mar dentro.


Resolvi voltar para norte onde a chuva não seria tanta e procurar um parque de campismo ou um motel mais barato do que aqueles que vi em Homer.
Depois de bastantes quilómetros a chuva parou e fiquei em Sterling num parque de campismo jeitoso e barato. Por azar quando estava a montar a tenda começou a chover.
De manhã o tempo já estava bom e até havia algum sol.
O vento que no dia anterior me tinha arrasado de frente estava agora a meu favor, pelo menos em muitos lugares.
Parei duas vezes para tirar umas fotos aos muitos pescadores que estavam no seu desporto ao longo dos rios. Deve ser uma actividade salutar pois havia muitos mesmo.

Passei Anchorage e segui pela estrada nº. 1 em direcção a este. Todo o trajecto tem sido uma maravilha. Em Manatuska havia um glaciar que dava para ver da estrada. Espectáculo.
Segui em direcção a Valdez com um tempo óptimo, céu quase limpo e temperatura agradável.
A estrada passa por sítios espectaculares. Alguns vales têm montanhas com neve nos cumes. Há mesmo um glaciar, Worthington, quase junto da estrada.
O vento começou a soprar e a trazer nuvens mais escuras que não me agradavam.


Quase a chegar a Valdez a chuva fez a sua aparição, não era muita mas contínua. Em Valdez ainda procurei onde ficar mas os lugares mais baratos estavam esgotados. Mais uma vez não quis acampar à chuva e decidi voltar para norte.


Segui em direcção a Fairbanks com a ideia de aí trocar o pneu de trás que já está quase a chegar ao fim.
Ao chegar ao desvio para Tok tive de parar para meter gasolina e olhando para o pneu pensei que daria para chegar a Whitehorse, no Canadá, e aí tratar de tudo. Assim não teria de andar para trás. Quando cheguei a Tok seriam oito da tarde.


Esta será a última paragem no Alasca que me surpreendeu pela positiva quanto ao tempo. Quase sempre uma temperatura agradável e apenas nas idas a Homer e Valdez tive chuva próximo dessas cidades.
As paisagens são espectaculares ao longo das estradas. Apesar de as altitudes não serem elevadas ainda se vê neve nalguns cumes das montanhas.
Penso que tenho tido sorte com o tempo e só espero que continue assim durante a travessia para a costa leste dos estados Unidos.
Ainda serão uns milhares de quilómetros e muitas curvas pelo caminho.

Tok, N 63º 20,111’ W 142º 57,984

terça-feira, julho 21, 2009

Agora sim, no ponto mais a norte da América

Na semana passada fui até Inuvik que é o segundo ponto mais a norte pois algumas pessoas tinham-me dito que o tempo estava mau para os lados do Alasca.
Afinal tive sorte e o tempo tem estado espectacular, até com algum calor.
Saindo de Dawson City segui pela Top of The World Highway, uma estrada que liga ao Alasca passando pelas montanhas. O Peter tinha-me dito que seria uma estrada meio difícil de passar mas não houve problema nenhum. Muitos quilómetros de asfalto, meio estragado, intervalado com vários quilómetros de pista de gravilha. O tempo estava seco e não houve problema.

A entrada no Alasca não deu grande trabalho na fronteira, apenas preencher o impresso verde e pagar os seis dólares.

Passei em Chicken, povoação com três ou quatro casas, lá no meio da montanha. Alguns quilómetros mais à frente começava o asfalto até Fairbanks.

Ao longo deste trajecto via-se muito fumo no ar devido a incêndios florestais. Por vezes não se conseguia ver mais que uns quinhentos metros.

Fui ao centro de visitantes em Fairbanks para saber como estaria a estrada Dalton Highway.
No parque de campismo onde fiquei um motociclista que tinha vindo do norte, Prudhoe Bay, disse-me que a estrada estava boa e não teve grande dificuldade em fazer todo o percurso da Dalton Highway. Isso animou-me.
Desta vez queria ver se conseguia ir até ao ponto mais a norte em Deadhorse na Prudhoe Bay.
Quando arranquei o tempo estava bom e depois de uns cento e trinta quilómetros chegava ao início da tal Dalton Highway.
Os primeiros quilómetros eram de piso de terra com gravilha mas pouco depois aparecia um troço com asfalto. Até à passagem do rio Yukon a terra e o asfalto iam-se alternando.
Muito fumo ao fundo nas montanhas não deixava ver grande coisa, por vezes havia espaços mais claros e via-se um tapete de flores cor-de-rosa.

Na passagem do rio Yukon foi preciso atestar para chegar a Coldfoot, sensivelmente a meio caminho para Deadhorse.
No primeiro ponto onde havia obras na estrada nem foi difícil passar mas no segundo já foi mais complicado pois a terra removida pelas máquinas estava molhada e escorregadia. Mas deu para passar sem problemas.
Mais uns quilómetros de terra e depois começou um longo troço de estrada de asfalto até Coldfoot. Ao passar no círculo polar Árctico deixei lá uns autocolantes na parte de trás do painel de informações, já lá havia muitos mais.
Ao chegar a Coldfoot pensei montar aí a tenda e ficar para continuar no dia seguinte mas dois motociclistas que já tinha visto várias vezes disseram que iam seguir mais 100 milhas, 160 kms, para acampar mais perto do destino.
Achei que era boa ideia e depois de jantar, eram umas sete da tarde, arrancámos.
Próximo do Atigun Pass a estrada seguia um vale ladeado por montanhas muito verdes.
Na base do monte via-se a subida pela encosta acima e fiquei a pensar que se estivesse a chover iria ser meio difícil, mas felizmente estava seco.
Ao passar o alto do Atigun a descida em frente quase que assustava. Via-se que era uma descida acentuada e às curvas. A subida tinha sido mais a direito.
Mas lançámo-nos encosta abaixo, uns mais rápidos que outros e chegámos sem problemas ao fundo do vale onde já voltava a haver asfalto, mas com muitos buracos. Era preciso ir com muita atenção para evitar a maior parte deles.
Pouco depois das dez da tarde chegámos a Galbraith Lake. Há lá um lugar onde se pode montar a tenda mas não tem apoio nenhum, nem água nem quarto de banho nem nada.
O lugar era bonito, mas os mosquitos finalmente fizeram a sua aparição. Todos me diziam que havia muitos mosquitos por estes lados mas só aqui havia alguns, mesmo assim não tantos como esperaria. Melhor para nós.



Arrancámos volta das nove da manhã seguinte. O percurso continuava bonito e a certa altura começou a acompanhar um rio.
A certa altura mais obras na estrada, mas que nem foi difícil passar. Depois uns 40 quilómetros de asfalto. Os últimos 50 quilómetros terão sido os menos fáceis, não os mais difíceis, pois o piso estava molhado durante uma parte e a seguir havia muita gravilha. Mas deu para atravessar sem cair.
Numa das vezes que parei tive de vestir o forro interior pois estava a ficar frio.

Em Deadhorse fiquei no hotel Prudhoe Bay, que vi num panfleto que seria o mais barato para uma pessoa, e os outros dois, o Jeff e o Marty, ficaram num outro que era mais barato para dois.
Quando cheguei a Deadhorse nem pensei que já tinha chegado ao ponto mais a norte da América, apenas queria saber onde era o hotel onde iria ficar. Estava um vento frio que não deixava andar ninguém na rua.
Depois de instalado fiquei a magicar sobre todos estes meses que andei por aí, desde o ponto mais a sul até este ponto mais a norte – N 70º 12,022’, W 148º 27,493’.

Tudo o que se passou, ou melhor quase tudo pois houve pequenas situações muito pessoais que não têm interesse para mais ninguém, fui contando ao longo destes quase dois anos no blogue tenho vindo a escrever, às vezes sem grande pachorra mas sei que a família e os amigos estão sempre à espera de saber como vão correndo as coisas. Até agora, felizmente, bem.
Às cinco horas fui juntar-me a um grupo para ir numa visita pelas instalações petrolíferas e para ir até ao oceano Árctico. A visita não teve nenhum interesse e apenas serviu para entrar numa zona privada que dava acesso ao mar.


O oceano era como os outros mares e a água até nem estava muito fria. Apenas pus as mãos na água mas um dos rapazes do grupo foi dar um mergulho e disse o mesmo. O pior era fora de água. Estava algum frio e fazia vento.
Lá pelo meio das instalações andavam alguns caribús.

O regresso para Fairbanks decorreu sem problemas.

A estrada estava quase igual. Por aqui, como em todo o lado, bastam algumas horas para alterar as condições, especialmente nas zonas de terra.
Ao chegar a Coldfoot o Jeff e o Marty disseram que iriam continuar até ao rio Yukon mas eu disse-lhes que preferia ficar por ali, nos últimos quilómetros tinha sentido alguma falta de concentração e achei melhor não continuar.
No final do jantar desejei-lhes boa viagem e fui montar a tenda. Como ainda era muito cedo para ir dormir fui beber uma cerveja ao bar. Passados uns minutos já estava a dormitar.
Melhor ir dormir, pensei.
Às oito da tarde adormeci quase logo e apenas acordei pelas seis da manhã. Afinal, precisava mesmo de dormir.
Seriam umas oito e meia quando arranquei.
Ao chegar ao final da Dalton Highway, ou melhor ao princípio, parei para tirar uma foto e deixei uns autocolantes na placa, também havia lá alguns mais.
Consegui percorrer toda esta estrada sem problemas de maior, até as motos de estrada andavam por lá e não apenas a meio do caminho pois também as vi em Deadhorse.
Foi agradável, às vezes com algum receio, fazer aquelas muitas subidas e descidas, grande parte das vezes sem saber como estaria o piso do outro lado da lomba e sempre acompanhando o oleoduto que leva o petróleo até Valdez, na costa do Pacífico.
A meio da tarde já estava em Fairbanks.
O tempo parece manter-se bom e vou tentar andar mais uns dias por aqui. Afinal não é todos os dias que se pode ir ao Alasca.
Como disse o meu irmão Cândido, a Sibéria é mesmo aqui ao lado mas não dá para atravessar, pelo menos no verão e no inverno deve ser muito difícil andar de moto no gelo, cá para mim.
Mas essa ideia não é nova na minha cabeça e se calhar ainda se poderá concretizar. Quero ver se deixo a minha moto em New Jersey, quando atravessar para a costa leste e depois regressar a casa. No próximo ano voltar e depois se verá…
***O desenho do percurso já está actualizado.
Fairbanks, N 64º 50,425’ W 147º 50,022’

segunda-feira, julho 13, 2009

De Ushuaia, na Argentina, a Inuvik, no Canadá

Há cerca de ano e meio saí de Ushuaia com o rumo virado a norte. Fui ao extremo da Ruta 3, o ponto mais a sul onde se pode ir por estrada.
A minha ideia era seguir até ao Alasca, que está já muito próximo. Quando me cruzei com o Nuno Pedrosa, ciclista português que saíra de Inuvik, no Canadá, dois anos antes ele falou-me dessa cidade. Desde então também pensei ir até lá, o ponto mais a norte do Canadá onde se pode ir por estrada no verão. Há uma povoação mais a norte, Tuktoyaktuk, aonde se pode ir por estrada no inverno mas a estrada é feita no gelo.
Já realizei esta primeira meta de ir até ao final da Dempster Highway, como chamam a esta ligação a Inuvik. Também foi uma espécie de homenagem ao Nuno Pedrosa e um completar do círculo Inuvik a Ushuaia.
Agora quero dar uma volta pelo Alasca e apontar para a costa leste dos estados Unidos para um regresso a casa. São quase dois anos a viajar sozinho e nestes últimos dias já começo a sentir que quero regressar.
Na semana passada estava a tentar actualizar o blogue quando a internet foi abaixo. Na terça-feira de manhã já pude fazer isso mas obrigou-me a sair quase ao final da manhã.
No início da Dempster Highway tive de tirar a foto da praxe e arrancar. Antes atestei a moto e ainda um bidão de cinco litros pois a primeira etapa era de quase 400 quilómetros e a autonomia da moto é mais curta.
O tempo estava bom e o piso também estava em boas condições, tinha gravilha mas dava para rolar bem.

Ao fim de uns 200 quilómetros o céu já estava a ficar encoberto e havia muita neblina. Não dava para apreciar muito a paisagem, além de que era preciso ir com atenção ao piso.

Por volta do km 300 começou uma zona de pista de terra sem gravilha e a chuva começou a cair mas muito leve. Pensei que iria ser complicado chegar ao destino mas o piso aguentava sem molhar demasiado.
Mesmo perto de Eagle Plains, a uns 10 quilómetros, começou a chover mais forte. Ia cheio de medo, não cheio mesmo, de poder escorregar e cair.
Eagle Plains fica a meio caminho para Inuvik. Tem um hotel e um parque de campismo e uma estação de serviço, pouco mais.
Ao passar em frente do hotel resolvi ficar aí. Sabia que ia ser caro mas estava a chover e frio.
No dia seguinte o tempo já estava bom, havia nuvens mas não de chuva.
Abasteci e arranquei em direcção ao círculo polar árctico. O piso estava seco até esse ponto.
Claro que aqui tem de se tirar uma foto para registar o momento.

Mais à frente, à volta do km 400, havia uma colina com bastante nevoeiro, mal se via a mais de vinte metros. Aí é a fronteira entre o Yukon e os Territórios do Noroeste. Nesta zona o piso estava muito molhado e enlameado. Durante uns trinta quilómetros fui a tremer e a temer uma queda. Consegui passar pois os pneus deram uma grande ajuda, esperando que no regresso já estivesse mais seco.
Logo a seguir havia uma zona de obras que também foi meio complicada de passar mas não houve queda.
Foi preciso passar dois rios de barco. Os barcos estão de serviço de Maio a Outubro pois nos meses mais frios os rios gelam e não é preciso pontes.

A partir de Fort McPherson a estrada já estava seca e o piso bom e foi sempre a rolar bem até Inuvik. De longe a longe lá havia um pouco mais de gravilha ou humidade mas nada de grave.
Cheguei a Inuvik pouco depois das oito na tarde.
No parque de campismo senti os mosquitos em força pela primeira vez. Tinham-me dito e avisado que por aqui havia milhões de mosquitos mas não fui atacado em demasia nas paragens que fiz pelo caminho. Havia alguns mosquitos mas não eram assim tantos como pensei que seriam.
Ao chegar a meia noite tirei umas fotos mas vi que o sol ainda estava a baixar. Esperei até perto da uma da manhã e depois fui dormir. Fez-me uma certa confusão andar por ali sempre com luz do dia. Ao ir dormir parece que ainda é meia tarde.
A cidade de Inuvik é pequena e deambulei por ali durante dois dias. Um sujeito que conheci, o Howard de Vancouver, disse que tinha ida a Tuktoyaktuk e tinha gostado mas que custara 500 dólares. Achei um preço muito elevado para um dia.

Resolvi voltar a Dawson City pois as previsões do tempo anunciavam chuva para os próximos dias. Vi alguns carros que tinham vindo nesse dia e comecei a ficar assustado, mas não muito.

Conheci uns motociclistas que disseram que também iam arrancar no sábado de manhã, mas muito cedo. Eu penso sair cedo mas quase nunca saio.
Arranquei pouco depois das oito da manhã, hora corrigida pois em Inuvik há mais uma hora.
Os primeiros 50 quilómetros foram de piso seco mas a partir daí estava a chover e a estrada estava molhada.
Afinal a chuva tinha chegado mais cedo do que eu contava. Foi bastante complicado manter um ritmo certo. A chuva e a lama obrigavam a um esforço de concentração elevado.
Ao chegar ao primeiro rio perdi o ferry-boat por uns minutos. Quando cheguei ele tinha acabado de sair.
No segundo rio perguntei a um tripulante se sabia como estaria a estrada e ele disse que chovia desde muito cedo. Pensei que teria muitos quilómetros de lama pela frente até Eagle Plains.
O meu maior medo era na zona da colina da fronteira. Muitos quilómetros com terra e lama muito macias mas consegui passar sem cair, felizmente. Houve algumas atravessadelas mas aguentei.
Ao passar em Eagle Plains seriam umas duas da tarde e achei que podia continuar.
Sabia que iriam ser muitas horas de condução numas condições difíceis mas resolvi continuar.
O dia tem muitas horas de luz e daria para chegar por volta das onze.
Sempre com piso molhado, umas vezes menos outros pontos mais, fui seguindo até que a chuva parou.


Só mesmo no final, uns 50 quilómetros, voltei a encontrar piso seco. Foram umas quinze horas de viagem desde que saí até chegar a Dawson City.
Sei que foi uma loucura meter-me a fazer os 740 quilómetros da estrada num só dia mas estava com essa ideia e consegui fazê-lo sem cair e nenhum furo. Ouvi comentar acerca de furos e quedas, também vi alguns carros a mudar as rodas.
No domingo tive de lavar a moto que estava toda suja. No disco do travão de trás os furos estavam tapados com terra que tinha endurecido e parecia pedra.

Aproveitei estes dias em Dawson City para arrumar as coisas e pôr a escrita em dia.
No centro de informações sobre a Dempster Hwy deram-me um diploma a atestar a minha passagem pela Dempster Hihgway. Não valerá nada mas é uma recordação.
Agora, amanhã, quero seguir para o Alasca.

Dawson City, N 64º 02,448’ W 139º 24,395'